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Maioria das criptomoedas vai valer zero, avisa Goldman Sachs e Roubini

A bitcoin afundou mais de 60% apenas no mês de Janeiro. A queda da moeda digital é consequência do apertar das regras por parte dos reguladores.

2017 foi um ano em que praticamente todos os dias ouvimos falar da bitcoin. A mais antiga e a mais popular das moedas virtuais disparou mais de 1.700%, desde o início do ano, e chegou a superar os 19.500 dólares. Isto depois de os futuros sobre a bitcoin terem começado a transaccionar na CME Group, uma semana depois da rival de Chicago Cboe Global Markets ter introduzido derivados semelhantes sobre a volátil criptomoeda.
Mariana Adam marianaadam@negocios.pt 07 de Fevereiro de 2018 às 17:44

O Goldman Sachs Group Inc . escreveu um relatório onde defende que é muito provável que a maioria das moedas digitais não sobreviva e aconselha os investidores a prepararem-se para o rebentar da bolha. Um dia antes, Nouriel Roubini tinha – no seu jeito explosivo – afirmado "que qualquer valor acima de zero é caro para a bitcoin".

O relatório da Goldman Sachs revelado hoje, dia 7 de Fevereiro, diz que os investidores se devem preparar para que as moedas percam todo o seu valor à medida que são substituídas por um pequeno conjunto de concorrentes futuros. O documento assinado por Steve Stongin não define um prazo para este acontecimento que preconiza, mas assegura que todos os dados disponíveis apontam para a existência de uma bolha. "Por causa da falta de valor intrínseco, as moedas que não vão sobreviver vão provavelmente chegar ao zero".

A bitcoin afundou mais de 60% em mês e meio, sendo que Janeiro foi o pior mês de sempre para a moeda digital mais famosa. O valor máximo registado da bitcoin foi de 19 mil dólares em Dezembro do ano passado. Na passada segunda-feira a moeda desceu abaixo dos 6 mil dólares. A queda da moeda digital é consequência do apertar das regras por parte dos reguladores. Ainda esta terça-feira, o presidente do Banco de Pagamentos Intenacionais (BIS) lançou uma ofensiva às criptomoedas: ao defender que os bancos centrais têm de estar preparados para agir contra as criptomoedas para evitar que estas se transformem em "parasitas" do sistema financeiro. Até porque são "uma combinação de bolha, esquema de Ponzi e desastre ambiental", garantiu Agustin Carstens. Uma desvalorização que afectou todas as principais moedas digitais. 

No mesmo relatório a Goldman Sachs diz que a bitcoin não tem qualquer vantagem perante a concorrência pelo facto de ser a primeira, recordando que poucos dos grandes nomes na altura das dotcom sobreviveram após o rebentar dessa bolha, no final da década de 1990. Strongin acredita que podem subsistir meia dúzia de moedas digitais, mas acredita que a maioria, se não todas, nunca mais vão atingir os máximos recentes.

Acima de zero é caro e é esse o valor para o qual as criptomoedas vão cair, escreveu Roubini no Twitter, ontem. O economista antecipa que alguns investidores vão "manipular o mercado para sustentar a cotação da bitcoin", mas que não vão conseguir impedir a "aterragem violenta".

O economista já tinha afirmado recentemente que a bitcoin é "maior bolha da história".

 

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