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Credit Suisse: Ações, desde 1900 a render mais

O estudo do Credit Suisse mostra que apenas nos últimos 18 anos é que as ações não conseguiram superar os desempenhos das obrigações em Portugal.

Pedro Catarino
26 de Fevereiro de 2019 às 15:57
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O investimento em ações não é muito popular entre os portugueses. Mas, este continua a ser o ativo mais rentável para a carteira dos investidores e Portugal não é exceção. Desde 1900, as ações nacionais renderam, em média, 3,5% por ano. As conclusões são do estudo do Credit Suisse, que analisou as rendibilidades das várias classes de ativos nos últimos 119 anos.

Os portugueses tiveram alguns dissabores nos seus investimentos na bolsa nacional, nos últimos anos. Mas, apesar do impacto negativo das crises nacionais e internacionais na bolsa, em termos históricos, as ações lideram as rendibilidades. Desde 1900 e até ao final do ano passado, as ações renderam 3,5%, um desempenho que compara com rendibilidades negativas na dívida no mesmo período, conclui o Global Investment Returns Yearbook do Credit Suisse, divulgado esta terça-feira.

Entre 1969 e 2008 continuam a ser as ações a liderar os ganhos, com valorizações de 2,8%, contra uma rendibilidade negativa de 0,3% nas obrigações do tesouro e de 0,8% nos bilhetes do tesouro. Segundo o mesmo documento, nos últimos 119 anos, o prémio de maturidade das obrigações foi positivo em todos os países, exceto Portugal.

Contudo, entre os anos de 2000 e 2008, foi a dívida que entregou resultados positivos, enquanto os investimentos em ações deram perdas. Segundo o estudo, a aposta em obrigações portuguesas rendeu 4,9%, enquanto as ações perderam 1,8%, em termos médios anuais. Eventos como a crise das tecnológicas, a crise do "subprime" ou o colapso do BES, em Lisboa, afetaram negativamente os desempenhos da bolsa desde o ano de 2000, enquanto a dívida tem vivido um período positivo.

Em relação a 2018, o Credit Suisse realça que a divulgação deste estudo ocorre depois "do pior ano para os retornos das ações mundiais desde a crise financeira, com uma queda de 9%". Fatores como o ambiente de estímulos monetários e baixa volatilidade, que criaram condições para o "bull market" na última década, estão agora a desaparecer, destaca o estudo.

 

Assim, o Credit Suisse acredita que qualquer assunção de que a recente recuperação nos mercados é um regresso aos ganhos do passado não passa de uma ilusão. "Quando as taxas de juro são baixas, os retornos futuros nas ações e nas obrigações tendem a ser inferiores", remata. Em termos de regiões, os mercados emergentes surgem com os mercados com maior potencial para gerar retornos mais elevados.

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