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Cerca de 60% das líderes portuguesas acredita que, no máximo, nos próximos 10 anos haverá igualdade de género na administração das empresas e 91% concorda que o escrutínio à volta deste tema continuará a aumentar nos próximos três anos. Estas são algumas das conclusões do estudo "Perspetiva de líderes femininas globais para 2023", desenvolvido pela KPMG junto de 850 mulheres em 53 países, incluindo Portugal.
Ainda no campo da diversidade e inclusão, 67% das executivas em Portugal, e 76% das líderes internacionais, defendem que a igualdade de género na administração das empresas vai ajudá-las a atingir os seus objetivos de crescimento. A maioria das inquiridas, em Portugal e a nível global, está otimista em relação à evolução da diversidade nas empresas e acredita que o progresso ao nível da diversidade não tem sofrido uma desaceleração nos últimos três anos.
Numa época marcada por várias crises internacionais e pela volatilidade geopolítica, 71% das executivas em Portugal afirmam que, nos últimos três anos, tiveram de adaptar o seu estilo de liderança para fazer face aos contextos externos adversos. Perante estes cenários de instabilidade, cerca de 90% das inquiridas em Portugal, e 80% a nível global, concordam que a sua carga de trabalho tem vindo a aumentar e com interferência direta na vida privada na opinião de 64% das líderes portuguesas.
"Acreditamos que esta partilha de conhecimento e a comparação entre as visões nacionais e internacionais são ferramentas úteis para a tomada de decisões e aumenta o grau de preparação das organizações para contextos imprevisíveis", afirma Susana Abreu, partner e membro do Conselho de Administração da KPMG Portugal.
Quase metade das empresárias nacionais inquiridas está pouco ou nada confiante em relação ao crescimento da economia portuguesa nos próximos três anos. Já olhando para a economia mundial, a confiança aumenta, com apenas 31% a mostrar-se cética em relação à sua evolução positiva. A confiança das executivas globais em relação à economia mundial segue a tendência portuguesa, com apenas 27% das inquiridas a mostrar alguma desconfiança em relação ao seu crescimento.
Olhando para as suas empresas e para os próximos três anos, a maioria das líderes portuguesas espera um crescimento entre 0,01 e 4,99% e identifica como principais riscos a inflação e o aumento das taxas de juro (16%), os riscos regulatórios (14%) e as ameaças à cibersegurança (12%). Um top-3 que contrasta, em parte, com o definido pelas executivas globais, que mantêm a inflação e o aumento das taxas de juro em primeiro lugar (18%), mas que colocam nas restantes posições a questão do talento (12%) e a incerteza política (10%).
A maioria das executivas (54%) considera ainda que o desempenho financeiro da sua empresa melhorou com a implementação de programas ESG, sendo que relativamente às prioridades de investimento nesta área, para os próximos três anos, as empresárias portuguesas apostam em primeiro lugar no ambiente (51%), em segundo lugar na componente social (27%) e depois no governance. As prioridades são semelhantes quando olhamos para as líderes internacionais, mas a distribuição é mais equilibrada: 38% pretende investir no ambiente, 29% na componente social e 22% no governance.
O ESG continua, de resto, a ser visto como um dos temas prioritários também na relação com os stakeholders. A grande maioria das respostas nacionais (78%) indica que tem havido um interesse crescente por parte dos stakeholders em relação a critérios de divulgação e transparência de ESG do lado das empresas.
Além do ESG, também a tecnologia é um fator determinante nas organizações. Neste campo, 78% das inquiridas em Portugal e 73% das mulheres executivas a nível global defendem o estabelecimento de novas parcerias como fator crítico para acompanhar o ritmo acelerado da transformação digital das suas organizações.
A cibersegurança parece ser uma aposta consistente por parte das empresas, com 69% das empresárias nacionais e 65% das internacionais a considerar que as suas empresas estão preparadas para ciberataques.
Portugal é o quarto país com maior número de participantes, com 45 inquiridas, apenas atrás dos Estados Unidos, Alemanha e Brasil. Das inquiridas em Portugal, 31% são diretoras de departamento, 24% pertencem ao "board da empresa" e 13% são C-Level. 51% das inquiridas têm idades compreendidas entre os 40 e 50 anos e 40% têm mais de 50 anos. Entre as portuguesas, 52% das executivas dividem com o parceiro as responsabilidades domésticas/familiares e 41% afirmou ter esta responsabilidade exclusiva.