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Portugal compromete-se a apoiar empoderamento económico das mulheres

Parceria assinada por 68 países inclui um pacote de compromissos que os signatários implementarão nos próximos três anos.

04 de Dezembro de 2023 às 21:41
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Portugal está entre os 68 países que se comprometeram a apoiar o empoderamento económico das mulheres e assegurar uma transição justa e sensível ao género. A Parceria para a Ação Climática e as Transições Justas Sensíveis ao Género, assinada nesta segunda-feira na conferência do clima que está a decorrer no Dubai, inclui um pacote de compromissos que os signatários implementarão nos próximos três anos.

Entre os compromissos estão ações em matéria de dados, financiamento e igualdade de oportunidades. A implementação será analisada numa segunda convocatória durante a COP31.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 1,2 mil milhões de empregos estão em risco devido ao aquecimento global e à degradação ambiental e prevê-se que as mulheres sejam mais severamente afetadas devido à sua elevada representação em setores particularmente vulneráveis às alterações climáticas.

" A crise climática já amplifica as desigualdades de género existentes e representa uma séria ameaça para os meios de subsistência, a saúde e o bem-estar das mulheres", referiu Razan Al Mubarak, representante de Alto Nível das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, acrescentando que "para conseguir uma transição justa, temos de reformar a arquitetura do sistema financeiro mundial e garantir que o financiamento flua para as regiões e as pessoas que mais precisam dele. Mas também temos de investir na capacitação económica das mulheres para garantir que ninguém é deixado para trás".

A transição para uma economia sustentável e com baixas emissões de carbono conduzirá à eliminação e a transformação de alguns postos de trabalho, bem como a criação de novas funções. Por conseguinte, os delegados chegaram a acordo sobre uma série de compromissos para apoiar a mulheres e garantir que os meios de subsistência das mulheres sejam protegidos durante esta transição.

A nova parceria baseia-se em objetivos previamente delineados na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC), que definiu atividades em cinco áreas prioritárias fundamentais para melhorar a compreensão dos impactos sensíveis ao género.

Em particular, a nova Parceria para a Ação Climática & Transições Justas e Sensíveis ao Género da COP28 centra-se em três pilares fundamentais: dados de melhor qualidade para apoiar a tomada de decisões no planeamento da transição, fluxos financeiros mais eficazes para as regiões mais afetadas pelas alterações climáticas, e educação, competências e reforço de capacidades para apoiar o envolvimento individual nas transições.

 

"Os direitos das mulheres e das raparigas devem estar no centro da ação climática, incluindo aqui na COP28. Devemos garantir que as mulheres tenham um lugar na mesa de tomada de decisões. Temos de reforçar a tomada de decisões inclusiva para que as vozes das feministas, dos jovens, dos indígenas e de outros movimentos de base possam ser ouvidas em alto e bom som, desde o nível local até ao nível global", sublinhou a diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous.

Prevê-se que, em meados do século, as alterações climáticas possam empurrar mais 158 milhões de mulheres e raparigas para a pobreza a nível mundial (mais 16 milhões do que o número total de homens e rapazes).

Para garantir que o financiamento da luta contra as alterações climáticas responde adequadamente às necessidades das mulheres e das raparigas, particularmente as que vivem em regiões vulneráveis ao clima, "é fundamental colmatar o atual gap para compreender melhor como as mulheres são afetadas pelas alterações climáticas", salienta a parceria.

Além de Portugal, assinaram este compromisso a Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos, China, entre outros.

 

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