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10 de Agosto de 2016 às 09:57

O lado negro dos trabalhistas britânicos

Está ao rubro a disputa pela liderança do Partido Trabalhista. Jeremy Corbyn tenta manter o posto contra Owen Smith, que se apresenta como um moderado que pretende dar aos trabalhistas uma hipótese de vitória, face ao rumo eventualmente inconsequente do "extremista" Corbyn.

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Esta disputa pela liderança está a ficar feia, inclusivamente no campo jurídico. Agora, com um referendo interno à porta, o National Executive Committee do Partido Trabalhista está a tentar limitar o voto dos mais recentes membros, depois de uma campanha do movimento Momentum, associado a Corbyn, ter trazido milhares de novos membros para o partido. A questão chegou a tribunal, que decidiu que todos podem votar sem limitações.

No Guardian, Ellie Mae O'Hagan contesta a ideia de que estes novos membros do "labour" são perigosos comunistas. "Os apoiantes de Corbyn não são leninistas iludidos, mas sim votantes normais que estão desiludidos", defende.

Posição diferente tem o conservador William Hague, no Telegraph, para quem a trapalhada dos trabalhistas não vem de Corbyn, mas sim do desaparecimento da sua habitual base de apoio, os trabalhadores braçais do antigamente. Mais, Owen Smith não é assim tão diferente. "No discurso, Smith é quase tão esquerdista como Corbyn, excepto em matérias de Defesa", afirma, o que dificilmente constitui uma mensagem de mudança.

Outra perplexidade vem mesmo de dentro do campo trabalhista de Corbyn. O seu companheiro de luta, Tom Watson, parece estar a abandonar o barco, defendendo ao Guardian que "há algumas mãos velhas a torcer braços jovens em todos este processo [dos novos membros dos trabalhistas] e não tenho ilusões sobre o que se está a passar". Ou seja, Watson tende a concordar com a posição do NEC de que os novos membros não devem poder votar livremente, o que causaria dificuldades a Corbyn. Que continua a encher comícios e as ruas, mas não consegue pacificar o seu próprio partido.


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