Opinião
O novo Novo Banco
Finalmente, já está. O Novo Banco tem oficialmente um novo dono, o fundo norte-americano Lone Star, e pode encerrar-se assim pelo menos esta parte do processo de resolução iniciado há mais de três anos.
É um sucesso? Tendo em atenção todos os aspectos, sim. Um sucesso mínimo, mas ainda assim um sucesso e que deu muito trabalho a alcançar.
Depois dos falhanços, hesitações, atrasos e tibiezas na supervisão e na intervenção sobre o BES, o Banco de Portugal só tinha uma saída aceitável que não pusesse tudo em causa: vender o Novo Banco. Vendê-lo fosse a quem fosse, desde que cumprisse o mínimo de requisitos legais.
Foi isso que aconteceu. Num mundo ideal, seria desejável um processo mais competitivo, com grandes bancos mundiais a disputar "o banco líder no crédito às empresas em Portugal". Mas as coisas são o que são, a banca está longe de ser um sector cujo retorno do capital investido seja algo óbvio e Portugal atravessou uma terrível tempestade nos últimos anos. Ficámos com a Lone Star, um fundo com alguma má reputação mas a quem caberá desmentir, no médio e longo prazo, essa fama de quem chega, desmembra e vai embora, com lucro. Que faça muito dinheiro, e que no processo fortaleça a instituição.
O dia 1 é agora. A gestão, que trabalhou em condições muito difíceis, foi reconduzida. No conselho de supervisão estão oito estrangeiros que vão servir de ponte com o accionista maioritário (o Fundo de Resolução, lembre-se, ainda tem 25% do banco). A instituição está capitalizada e estará mais e, sobretudo, pode focar-se - interna e externamente - no seu negócio, dar crédito e receber depósitos.
Uma das primeiras medidas da Lone Star é a manutenção da marca. Por mais que esta tenha sido salpicada com todo o problema dos lesados, está estabelecida, e haveria custos e riscos no lançamento de um novo nome. A opção parece acertada.
É, no entanto, cedo para fazer um juízo global sobre esta longa novela. Disso dependerá o que acontecerá, sobretudo daqui a três anos, quando a Lone Star puder vender a sua posição. E da evolução dos célebres activos problemáticos, que poderão levar a nova mobilização de dinheiros públicos.
Depois de todo este trabalho, e perante um perigo real que existia até ao último momento - a resolução- , o fundamental foi conseguido, num processo longo e atabalhoado. Ficam as lições para o futuro e o futuro de um banco que tem um papel relevante a desempenhar na economia portuguesa.
Depois dos falhanços, hesitações, atrasos e tibiezas na supervisão e na intervenção sobre o BES, o Banco de Portugal só tinha uma saída aceitável que não pusesse tudo em causa: vender o Novo Banco. Vendê-lo fosse a quem fosse, desde que cumprisse o mínimo de requisitos legais.
O dia 1 é agora. A gestão, que trabalhou em condições muito difíceis, foi reconduzida. No conselho de supervisão estão oito estrangeiros que vão servir de ponte com o accionista maioritário (o Fundo de Resolução, lembre-se, ainda tem 25% do banco). A instituição está capitalizada e estará mais e, sobretudo, pode focar-se - interna e externamente - no seu negócio, dar crédito e receber depósitos.
Uma das primeiras medidas da Lone Star é a manutenção da marca. Por mais que esta tenha sido salpicada com todo o problema dos lesados, está estabelecida, e haveria custos e riscos no lançamento de um novo nome. A opção parece acertada.
É, no entanto, cedo para fazer um juízo global sobre esta longa novela. Disso dependerá o que acontecerá, sobretudo daqui a três anos, quando a Lone Star puder vender a sua posição. E da evolução dos célebres activos problemáticos, que poderão levar a nova mobilização de dinheiros públicos.
Depois de todo este trabalho, e perante um perigo real que existia até ao último momento - a resolução- , o fundamental foi conseguido, num processo longo e atabalhoado. Ficam as lições para o futuro e o futuro de um banco que tem um papel relevante a desempenhar na economia portuguesa.
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