Opinião
Pedido de desculpas à nação portuguesa
Não foi falta de pontaria ou desrespeito pelo adversário menos cotado. Não foi o meio-campo adormecido nem a lesão de Quaresma. Não foi a conjugação da palestra fanfarrona de Fernando Santos e o optimismo irritante de António Costa.
A culpa pelo desastroso empate com a Islândia é minha e por inteiro: não fui lesto a engolir o jantar, atrasei o regresso do intervalo e não fiz a "dobra" ao central no golo de Bjarnason.
Com a mesma dose de azia já respingada por Ronaldo, uso esta coluna como utensílio de penitência. Em particular, vergo-me perante emigrantes, que - a par das mulheres que não ligam a futebol no resto do ano - são quem mais sofre com as desilusões verde-rubras.
Este sábado, entre as 20h e 21h45, nem um schnitzel vienense ou uma (não menos tentadora) valsa de Strauss me arrancam do sagrado canto direito do sofá. Já me basta a desilusão da brava nação sportinguista pelo descuido de estrear um cachecol no jogo que podia quebrar o jejum de 18 anos. Depois de Sabry, dispenso pesadelos com Janko.