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16 de Março de 2017 às 00:01

Montepio? Haja luz

Tenho para mim que o padre Vítor Melícias é um rosário com santas contas no desenho da elite que virou o século. Vive no grupo da Luz, a corda que coseu e não deslaçou. Vítor Melícias é, indiscutivelmente, uma garantia que amarra outros poderes e múltiplas contradições.

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Quando vemos o padre Melícias junto a Tomás Correia na bondade mutualista, há que acreditar. O Montepio não é um caso BES, não há efeito sistémico territorial, as dúvidas sobre os números conhecidos são perfeitamente enquadráveis num balanço controlado e com caminho. Certo?

Vítor Melícias anda por aí há décadas. Com um contributo excepcional, por reservado, para o bem de uma comunidade. Para quem pergunta quem é, é muito. Um homem de fé, culto, inteligente e, mais do que tudo, conhecedor dos conflitos que podem aproximar diferenças. Eis o construtor do grupo da Luz, a areia e o cimento na proporção que junta o edifício de uma geração única. Estão lá Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres. Entre outros católicos progressistas, iguais sem notoriedade por um temperamento de reserva pessoal.

Fiquemos em Marcelo e Guterres. O Presidente da República Portuguesa e o secretário-geral das Nações Unidas. Num tempo igual ao vento que sempre os separou, assim como Ronaldo e Messi seriam distintos a puxar para o mesmo lado. Marcelo e Guterres encontram no benefício do tempo e na cola que Melícias sempre acrescentou a saída de um labirinto que nunca deixou de ser competitivo. E é nesse pressuposto que o jogo se afirma generoso.

Tenhamos, pois, confiança na Associação Mutualista Montepio Geral. Acreditando que Tomás Correia, enquanto presidente do banco, tomou decisões correctas. Mesmo quando investiu – o que é discutível por assustador – em veículos do GES e da Ongoing. É evidente que é dinheiro perdido e, presume-se, registado nas imparidades.

Diz José Félix Morgado, em entrevista ao Negócios, estar "tranquilo com os créditos" aprovados pela gestão de Tomás Correia. Antes assim, reconhecendo, contudo, que foram decisões "tomadas no contexto em que elas são tomadas". O problema está, precisamente, no contexto político em que tais investimentos foram afirmados. O que, pela história já conhecida, não deve descansar qualquer investidor do Montepio.

Mas tenhamos fé. Em Marcelo, Guterres e, sobretudo, no padre Vítor Melícias. Que leu Eça, de pequeno. E que conhece, de ginjeira, o grupo do Marquês – Ricardo Salgado, José Sócrates, Hélder Bataglia, Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Armando Vara, Rafael Mora. E mais. No seu recato, o padre Melícias estará, certamente, com o grupo da Luz. O Montepio está safo. 

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