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Costa tem dois amores. De qual gosta mais?

António Costa tem dois amores que em nada são iguais. E os portugueses não têm a certeza de qual ele gosta mais.

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Um é a devolução dos rendimentos aos portugueses, revertendo as medidas de austeridade aplicadas pelo anterior governo no âmbito do programa de ajustamento da troika.

O outro é o cumprimento dos compromissos europeus, designadamente as metas orçamentais, que obrigam a uma redução dos défices nominal e estrutural, e o guião de reformas estruturais exigidas por Bruxelas.

De um lado, está a Comissão Europeia e os países parceiros representados no Conselho Europeu. Do outro, está o Bloco de Esquerda e o PCP. Cada vez que Costa faz uma declaração de amor recebe um arrufo do amor preterido. E ambos têm atributos muito persuasivos. Dos partidos depende a viabilidade do Governo no Parlamento. Dos países europeus, o financiamento da economia portuguesa.

E o coração de Costa bate sem saber o que fazer. Como dizia Marco Paulo, "é melhor amar as duas sem uma doutra saber". Isso é possível… durante algum tempo. A estratégia de Costa parece ser precisamente a de ganhar tempo. Devolver rendimentos e alguma da dignidade perdida aos sectores da população mais depauperados pela austeridade, esperando que o tempo traga uma recuperação da economia e uma mudança dos ventos políticos na Europa. Isto tudo sem enervar demasiado os parceiros europeus e os mercados financeiros, que têm na mão o financiamento da economia.

Um dia este "encanto" vai acabar e Costa terá de escolher o seu amor preferido. É pena porque, enquanto ninguém sabe, são felizes os três. 

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