Opinião
Trump, o prolixo
Entre a meia-noite e as 17h00 de ontem, Donald Trump publicou 13 mensagens no Twitter, ora revelando telefonemas mantidos com os Presidentes do Canadá e do México para renegociar os acordos comerciais, ora acusando o Partido Democrata de vários desmandos, tais como o de colocar em risco a segurança dos militares norte-americanos.
Os que gostam e aqueles que odeiam Donald Trump convergem numa opinião: o Presidente norte-americano é prolixo. Tudo o resto são divergências. E não apenas políticas. O homem que mandou lançar "a mãe de todas as bombas" não nucleares no Afeganistão e se desdobra em ameaças à Coreia do Norte, criando um clima de instabilidade à escala global, é o mesmo que os mercados adoram, facto verificável no comportamento das bolsas. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq bateram máximos históricos a 1 de Março e continuam em alta, revelando que os mercados gostam e acreditam nas promessas de desregulação, de redução de impostos e de investimento público prometidas por Trump.
Mas há mais. O índice de sentimento de confiança do consumidor elaborado pela Universidade de Michigan registou máximos de 17 anos e a taxa de aprovação de Trump está nos 41%. Nada mau, para o mais improvável de todos os Presidentes norte-americanos.
Depois há o reverso da medalha. A euforia dos mercados não encontra espelho na economia real. As vendas de carros e do retalho, assim como a produção industrial e o investimento privado, são indicadores estagnados desde que Trump tomou posse. Por sua vez, o PIB tem-se mantido quase inalterado, muito longe das promessas de crescimento de 4% feitas pelo agora inquilino da Casa Branca.
Isto sem esquecer os assuntos mais mediáticos, em boa parte responsáveis pela sua vitória eleitoral. A começar pelo muro que era para ser pago pelos mexicanos e afinal não o será, terminando no desmantelamento do Obamacare, que afinal ainda não aconteceu.
Um dos problemas estruturais de Trump, o prolixo, tem precisamente que ver com esta sua característica, que por natureza é adversária da credibilidade. Trump, o prolixo, achou que seria tão fácil governar quanto fazer negócios. Enganou-se. Estes 100 dias de governação são a demonstração da sua natureza errática. Resta esperar mais 100 dias para saber se prevalecerá o Trump homem de negócios fala-barato, ou o Trump convertido à política. Enquanto isso, Trump é, ele mesmo, o "pai de todas as bombas" que pode fazer explodir a política e a economia à escala global.
Mas há mais. O índice de sentimento de confiança do consumidor elaborado pela Universidade de Michigan registou máximos de 17 anos e a taxa de aprovação de Trump está nos 41%. Nada mau, para o mais improvável de todos os Presidentes norte-americanos.
Isto sem esquecer os assuntos mais mediáticos, em boa parte responsáveis pela sua vitória eleitoral. A começar pelo muro que era para ser pago pelos mexicanos e afinal não o será, terminando no desmantelamento do Obamacare, que afinal ainda não aconteceu.
Um dos problemas estruturais de Trump, o prolixo, tem precisamente que ver com esta sua característica, que por natureza é adversária da credibilidade. Trump, o prolixo, achou que seria tão fácil governar quanto fazer negócios. Enganou-se. Estes 100 dias de governação são a demonstração da sua natureza errática. Resta esperar mais 100 dias para saber se prevalecerá o Trump homem de negócios fala-barato, ou o Trump convertido à política. Enquanto isso, Trump é, ele mesmo, o "pai de todas as bombas" que pode fazer explodir a política e a economia à escala global.
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