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Revolução na EDP

Num curto espaço de cinco minutos, após o fecho do mercado, a EDP comunicou através da CMVM dois factos relevantes que constituem uma autêntica revolução na eléctrica nacional.

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O primeiro foi o lançamento de uma OPA (oferta pública de aquisição) para retirar a EDP Renováveis de bolsa. O segundo foi o anúncio de venda da espanhola Naturgas, empresa de distribuição de gás, por 2,5 mil milhões de euros, montante que servirá para financiar a OPA sobre a Renováveis e reduzir a sua dívida.

 

Há aqui dois aspectos a salientar.

 

O primeiro de natureza geral, que tem que ver com a própria composição do PSI-20. Com a saída da EDP Renováveis, o principal índice bolsista nacional fica ainda mais debilitado e, como tal, menos atractivo para os investidores.

 

Um outro está relacionado com a própria gestão da EDP, naturalmente insensível às agruras do PSI-20, e com aquilo que parece ser uma aposta mais efectiva da eléctrica no negócio das renováveis, que estará a ser condicionada pela presença da empresa em bolsa.

 

Esse objectivo é assumido no referido comunicado, no qual a EDP diz que quer "reforçar a aposta como líder na actividade de produção de energia através de fontes renováveis e continuar a apostar no crescimento do negócio e actividade da EDP Renováveis". Neste sentido, a OPA permitirá "à oferente aumentar a sua exposição à actividade desenvolvida pela EDP Renováveis, com o intuito de beneficiar em maior escala do crescimento atractivo das energias renováveis".

 

Esta revolução, contudo, só será consumada caso os accionistas da Renováveis aceitem vender as suas acções a 6,80 euros, o preço definido na OPA e que a EDP refere representar um prémio de 8,5% face à cotação de segunda-feira. No entanto, esta oferta está distante dos oito euros a que foi vendida cada acção da Renováveis, na sua estreia em bolsa no ano de 2008.

No entanto, este movimento de consolidação da empresa liderada por António Mexia parece fazer sentido por duas ordens de razão. Antes de mais porque, no actual estádio de desenvolvimento deste sector, não faz sentido ser uma eléctrica sem ter uma operação forte consolidada no seio da casa-mãe. E depois porque, decorrendo da primeira asserção, aglutinando a EDP Renováveis, a EDP apresentar-se-á no exterior como uma empresa mais forte e com outro músculo financeiro.

 

Falta agora conhecer a resposta dos investidores. 

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