Opinião
Votai irmãos, nada de praia e outras futilidades!
Onde se revela como o autor, quando pastoreava o seu rebanho pela Galileia, foi iluminado por uma visão e impelido por voz imperativa proferindo este ditame: "É pá! Desta vez vais mesmo votar na porcaria da europeias" - isto enquanto...
Onde se revela como o autor, quando pastoreava o seu rebanho pela Galileia, foi iluminado por uma visão e impelido por voz imperativa proferindo este ditame: "É pá! Desta vez vais mesmo votar na porcaria da europeias" - isto enquanto um redemoinho de pensamentos lhe determinava e fundamentava o verdadeiro caminho.
Em verdade vos digo que, mesmo não se sabendo para que serve, a maior eleição europeia de sempre tem reflexos nas nossas vidas, visto que a legislação comunitária, influenciada pela agenda do Parlamento, se integra cada vez mais no ordenamento jurídico interno. Vai desde a imposição às empresas quanto à segurança dos produtos químicos, até à interdição de preços extorsivos pelas operadores móveis nas chamadas "roaming", passando por montes de outras coisadas, demasiado vastas para possibilitar a enumeração.
E, depois, há sempre o argumento, valioso em todas os sufrágios, que consiste em fazer vincar as nossas convicções ou meras preferências, em vez de deixar a abstenção fortalecer o valor relativo de militantes extremistas disto e daquilo que, esses, nunca deixam de votar, à falta de trotil para pôr na ordem as meninges relutantes.
Estamos muito distantes de esculpir um modelo definitivo, mas, andando, andando, lá se vão consubstanciando as grandes linhas, permitindo que a maturação do tempo vá implantando uma forma política única, com base na democracia política e no mercado livre, que fazem a riqueza das nações e promovem a paz. E até podemos ir devagar porque temos os Estados Unidos para nos defender os costados, como sempre aconteceu, dando-nos um espaço de manobra realmente lânguido.
Formada a vontade de "ir deitar", "em quem deitar"?
Aqui, a minha voz sobrenatural orientadora também enveredou pelo método imperioso: "Se ninguém debateu o tema Europa, por que não mandas um cartão amarelo ao partido do Governo? Preside à década perdida (quase ininterruptamente) e está a caminho de aplicar outra dose do mesmo, em vias de litigar pelo último lugar em tudo que tiver "ranking", e a gente, ao menos, não estrebucha? Nem falo de ter a presidir um homem de excelsas virtudes que inspira qualquer jovenzinho a seguir a via da integridade e lisura de métodos. Quanto ao candidato Vital Moreira, homem que foi de excelência, vê-se que atingiu o prazo de validade e nem é pela sobreprodução de "gaffes", coisas adjectivas que não deslustram necessariamente. Mas quando, em campanha lamacenta e falsa, liga o PSD - partido à flor do entulho do BPN, com coro do excelso trio Odemira, Ana Gomes, Capoulas Santos e Santos Silva, só mesmo a voz de probidade e princípios de Maria de Belém consegue salvar o nível do debate, evitando que derrape para "Freeports", Covas da Beira, "curriculum" académico, Lopes da Mota "und so weiter".
Quanto a Miguel Portas e Hilda Figueiredo, passam o santo dia a mandar impropérios contra o neoliberalismo, sem ao menos anestesiar o votante com ideias arrebatadoras, como, por exemplo, o neocomunismo, com o qual a polícia só usaria martelinhos de S. João para reprimir os relutantes. Seja como for, devem ir para o Inferno e, por isso, não são recomendáveis "compagnons de route".
Depois as coisas tornaram-se mais penosas, porque a minha santa mulher queria pôr-me a votar em Laurinda Alves - inteligente, elegante, íntegra, fluente, orientada por valores e princípios. Não é que não ficasse tentado, mas o meu pragmatismo masculino obrigou-me a proferir em voz de comício: "Mulher! Eu sou o homem da casa, e ordeno-te que me deixes votar no Rangel ou no Melo!".
E assim acabou por ficar, a escolha final indo pelo método aristotélico da cara ou coroa.
Advogado, autor de " Ganhar em Bolsa" (ed. D. Quixote) e "Bolsa para Iniciados" (ed. Presença) fbmatos1943@gmail.com
Assina esta coluna semanalmente à sexta-feira
Em verdade vos digo que, mesmo não se sabendo para que serve, a maior eleição europeia de sempre tem reflexos nas nossas vidas, visto que a legislação comunitária, influenciada pela agenda do Parlamento, se integra cada vez mais no ordenamento jurídico interno. Vai desde a imposição às empresas quanto à segurança dos produtos químicos, até à interdição de preços extorsivos pelas operadores móveis nas chamadas "roaming", passando por montes de outras coisadas, demasiado vastas para possibilitar a enumeração.
Estamos muito distantes de esculpir um modelo definitivo, mas, andando, andando, lá se vão consubstanciando as grandes linhas, permitindo que a maturação do tempo vá implantando uma forma política única, com base na democracia política e no mercado livre, que fazem a riqueza das nações e promovem a paz. E até podemos ir devagar porque temos os Estados Unidos para nos defender os costados, como sempre aconteceu, dando-nos um espaço de manobra realmente lânguido.
Formada a vontade de "ir deitar", "em quem deitar"?
Aqui, a minha voz sobrenatural orientadora também enveredou pelo método imperioso: "Se ninguém debateu o tema Europa, por que não mandas um cartão amarelo ao partido do Governo? Preside à década perdida (quase ininterruptamente) e está a caminho de aplicar outra dose do mesmo, em vias de litigar pelo último lugar em tudo que tiver "ranking", e a gente, ao menos, não estrebucha? Nem falo de ter a presidir um homem de excelsas virtudes que inspira qualquer jovenzinho a seguir a via da integridade e lisura de métodos. Quanto ao candidato Vital Moreira, homem que foi de excelência, vê-se que atingiu o prazo de validade e nem é pela sobreprodução de "gaffes", coisas adjectivas que não deslustram necessariamente. Mas quando, em campanha lamacenta e falsa, liga o PSD - partido à flor do entulho do BPN, com coro do excelso trio Odemira, Ana Gomes, Capoulas Santos e Santos Silva, só mesmo a voz de probidade e princípios de Maria de Belém consegue salvar o nível do debate, evitando que derrape para "Freeports", Covas da Beira, "curriculum" académico, Lopes da Mota "und so weiter".
Quanto a Miguel Portas e Hilda Figueiredo, passam o santo dia a mandar impropérios contra o neoliberalismo, sem ao menos anestesiar o votante com ideias arrebatadoras, como, por exemplo, o neocomunismo, com o qual a polícia só usaria martelinhos de S. João para reprimir os relutantes. Seja como for, devem ir para o Inferno e, por isso, não são recomendáveis "compagnons de route".
Depois as coisas tornaram-se mais penosas, porque a minha santa mulher queria pôr-me a votar em Laurinda Alves - inteligente, elegante, íntegra, fluente, orientada por valores e princípios. Não é que não ficasse tentado, mas o meu pragmatismo masculino obrigou-me a proferir em voz de comício: "Mulher! Eu sou o homem da casa, e ordeno-te que me deixes votar no Rangel ou no Melo!".
E assim acabou por ficar, a escolha final indo pelo método aristotélico da cara ou coroa.
Advogado, autor de " Ganhar em Bolsa" (ed. D. Quixote) e "Bolsa para Iniciados" (ed. Presença) fbmatos1943@gmail.com
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