Opinião
Ventos de Leste
Dos várias acontecimentos que dominam as atenções para os próximos dias, teremos que destacar as eleições no Iraque.
Na segunda linha, temos as? reuniões. Reunião da OPEP, reunião da Fed, e mais tarde, a reunião do G7. Juntamente com a divulgação de alguns indicadores económicos, acreditamos que, no seu conjunto, estes factores poderão contribuir para alguma estabilização em Wall Street, depois das perdas registadas desde o início do ano.
No Iraque, as eleições parlamentares no dia 30 marcarão uma nova etapa. Nos próximos meses, a reconstrução do país e as novas oportunidades de investimento poderão reflectir-se numa melhoria do nível de vida da população e terá, a outro nível, certamente impacto nos mercados, em particular no petróleo. Não surpreende, por isso, a reunião da OPEP deste fim-de-semana, que se acredita poder vir a ditar um corte na produção.
Nos EUA, antecipa-se uma nova subida das Fed Funds Rate. Os últimos dados mantêm intactas as expectativas de retoma e deixam em aberto novas subidas. Note-se que a política monetária nos EUA é ainda acomodatícia, apesar da Fed ter subido as suas taxas directoras cinco vezes nas últimas cinco reuniões.
Na Zona Euro, o BCE vai reunir-se na quinta-feira. Mas, ao contrário do seu congénere americano, não antecipamos aqui uma alteração de taxas. Segundo as últimas declarações do presidente do BCE, o risco de emergência de pressões inflacionistas estaria a diminuir dada a estabilização do petróleo.
Quanto a indicadores, a semana deverá ser marcada pelos dados do Purchasing Managers Index (PMI) na Zona Euro e do ISM e números do emprego, nos EUA. O PMI na Zona Euro poderá ajudar a determinar qual o sentimento empresarial ou ainda em que medida a força do euro está a ter um impacto significativo na competitividade das exportações. O ISM nos EUA deverá contribuir para tornar mais claro qual o estado de saúde da indústria americana. Ainda nos EUA, os números do emprego, as expectativas apontam para a criação de 180 mil empregos em Janeiro com a taxa de desemprego a fixar-se nos 5,4%.
Por fim, a reunião do G7, a 4 e 5 de Fevereiro, deverá produzir alguma volatilidade extra nos mercados cambiais, sobretudo quando as últimas semanas têm sido marcadas por alguma especulação em torno de uma eventual valorização da divisa chinesa e nos lembramos que Governador do Banco da China estará também presente no G7. Por outro lado, mais do que o euro contra o dólar, será talvez o dólar contra o iene a evidenciar maior sensibilidade aos comentários dos responsáveis do G7. Notando este protagonismo do Japão e da China e retomando ainda o nosso destaque para a próxima semana - as eleições no Iraque -, será porventura adequado afirmar que a Europa e os EUA aguardam?os ventos de leste.