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31 de Janeiro de 2005 às 13:59

Ventos de Leste

Dos várias acontecimentos que dominam as atenções para os próximos dias, teremos que destacar as eleições no Iraque.

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Na segunda linha, temos as? reuniões. Reunião da OPEP, reunião da Fed, e mais tarde, a reunião do G7. Juntamente com a divulgação de alguns indicadores económicos, acreditamos que, no seu conjunto, estes factores poderão contribuir para alguma estabilização em Wall Street, depois das perdas registadas desde o início do ano.

No Iraque, as eleições parlamentares no dia 30 marcarão uma nova etapa. Nos próximos meses, a reconstrução do país e as novas oportunidades de investimento poderão reflectir-se numa melhoria do nível de vida da população e terá, a outro nível, certamente impacto nos mercados, em particular no petróleo. Não surpreende, por isso, a reunião da OPEP deste fim-de-semana, que se acredita poder vir a ditar um corte na produção.

Nos EUA, antecipa-se uma nova subida das Fed Funds Rate. Os últimos dados mantêm intactas as expectativas de retoma e deixam em aberto novas subidas. Note-se que a política monetária nos EUA é ainda acomodatícia, apesar da Fed ter subido as suas taxas directoras cinco vezes nas últimas cinco reuniões.

Na Zona Euro, o BCE vai reunir-se na quinta-feira. Mas, ao contrário do seu congénere americano, não antecipamos aqui uma alteração de taxas. Segundo as últimas declarações do presidente do BCE, o risco de emergência de pressões inflacionistas estaria a diminuir dada a estabilização do petróleo.

Quanto a indicadores, a semana deverá ser marcada pelos dados do Purchasing Managers Index (PMI) na Zona Euro e do ISM e números do emprego, nos EUA. O PMI na Zona Euro poderá ajudar a determinar qual o sentimento empresarial ou ainda em que medida a força do euro está a ter um impacto significativo na competitividade das exportações. O ISM nos EUA deverá contribuir para tornar mais claro qual o estado de saúde da indústria americana. Ainda nos EUA, os números do emprego, as expectativas apontam para a criação de 180 mil empregos em Janeiro com a taxa de desemprego a fixar-se nos 5,4%.

Por fim, a reunião do G7, a 4 e 5 de Fevereiro, deverá produzir alguma volatilidade extra nos mercados cambiais, sobretudo quando as últimas semanas têm sido marcadas por alguma especulação em torno de uma eventual valorização da divisa chinesa e nos lembramos que Governador do Banco da China estará também presente no G7. Por outro lado, mais do que o euro contra o dólar, será talvez o dólar contra o iene a evidenciar maior sensibilidade aos comentários dos responsáveis do G7. Notando este protagonismo do Japão e da China e retomando ainda o nosso destaque para a próxima semana - as eleições no Iraque -, será porventura adequado afirmar que a Europa e os EUA aguardam?os ventos de leste.

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