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Um país de assessores

Os políticos portugueses especializaram-se em disparar balas de plástico. Os seus pistoleiros chamam-se assessores. São como cogumelos. Nascem, crescem e disseminam-se como cogumelos. No Governo ou na CML. São muitas vezes necessários mas é um erro um pol

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Os políticos supõem que os assessores são uma espécie de ilusionistas que mascaram a sua imagem e que os transformam em seres perfeitos.

Os assessores não iludem os cidadãos e podem desiludir quem os contratou. Os assessores não são detergentes.

Não lavam mais branco. Sem táctica e estratégia, sem se ser um bom comunicador e um excelente ideólogo, sem ser capaz de exprimir uma ideologia firme, não há assessor que transfigure um político. Um assessor não transforma uma bela num mestre. Nenhum é como Peter Mendelson, o príncipe das trevas de Tony Blair e estratega principal, ou Alastair Campblell, o seu assessor de imprensa. O primeiro-ministro britânico esteve 10 anos no poder. Não foi apenas à conta de centrais de comunicação. Embora isso, claro, tenha ajudado. Mas o carisma de Blair foi fulcral. François Mitterrand dizia que a maior qualidade de um político era a "indiferença". Se não se tiver isso, eles não salvam um líder de morrer afogado. Salvam-no de perecer nas águas.

Mas não mais do que isso. Erram os que julgam que um assessor é uma jangada. Ou é o Sexta-Feira de Robinson Crusoé. Se este não quiser e não souber sobreviver ninguém o salvará.

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