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12 de Fevereiro de 2001 às 12:35

«Sobre o e-learning...»

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Sobre o e-learning dever-se-á dizer que este não vem substituir ou desqualificar o professor, antes pelo contrário, vem relevar a pertinência do ensino face-to-face, potenciando a requalificação desta actividade.

Convém esclarecer, na medida em que se pretende popularizar como projecto do presente e, sobretudo, sustentar como projecto de futuro, em que medida este conceito se inter-relaciona com o desempenho da docência tal qual a conhecemos hoje.

Importa por tal motivo estabelecer uma axiomática que homogeneíze o conceito em torno de uma missão que deve ser clara: ensinar utilizando a web como suporte ao veículo de transmissão de conhecimento.

 1. Todo o e-conceito implica capacidade focal e capa-cidade espectral.

 (e com isto se diz que qualquer conceito suportado na web quando optimizado deve atingir todo o seu pú-blico-alvo e apenas o seu público-alvo; o e-lear-ning, como e-conceito, deve ser orientado segundo este princípio geral)

 2. O e-learning desenvolve actividade na transmissão de conhecimento p2p ou p2g.

 (em tudo similar à formação presencial, em que a formação pode ser protagonizada por um emissor e um ou mais receptores)

 3. O e-learning deve ser entendido como complementar e não concorrente à formação tradicional.

(o e-learning liberta o professor do trabalho de adesão dos alunos, do trabalho de sapa e da homo-geneização dos conceitos base; o e-learning não com-pete com o professor na aquisição de feedback em tempo real)

4. O e-learning não substitui o professor, requalifica-o; não substitui a escola, potencia-a como ferramenta para o desenvolvimento da excelência.

(o e-learning liberta o professor para o trabalho de afinição e optimização que, não sendo estas actividades padronizáveis, ou tendentes a tal, envolvem mais recursos de tempo e, por consequência desta exigência, mais recursos humanos)

5. O e-learning cataliza a corporativização da excelência reflectiva sobre a qualidade dos conteúdos a gerir, ministrar e transmitir aos alunos.

 (o e-learning mobiliza a docência no sentido de uma reflexão para uma política para a educação, pensada de baixo para cima e definida pelas bases, garantindo capacidade de expressão e voz audível na execução programática da mesma)

Donde é lícito concluir que o e-learning potencia a requalificação da docência para um nível mais elevado, exigindo, eventualmente, um incremento ou, necessariamente, um ajustamento dos recursos da docência, libertando-a para a personalização da instrução ao invés do actual modelo moralizador e globalizante da educação.

Ainda se conclui que o-learning favorece a docência no desafio da sua afirmação, concorrendo para que esta consiga um papel activo e relevante na definição e execução das políticas educativas.   

Por Pedro Travessa

Gestor de Participações, Gesventure Norte-Galiza

www.gesventure.pt

 

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