Opinião
«Sobre o e-learning...»
Sobre o e-learning dever-se-á dizer que este não vem substituir ou desqualificar o professor, antes pelo contrário, vem relevar a pertinência do ensino face-to-face, potenciando a requalificação desta actividade.
Convém esclarecer, na
medida em que se pretende popularizar como projecto do presente e, sobretudo,
sustentar como projecto de futuro, em que medida este conceito se
inter-relaciona com o desempenho da docência tal qual a conhecemos hoje.
Importa
por tal motivo estabelecer uma axiomática que homogeneíze o conceito em torno
de uma missão que deve ser clara: ensinar utilizando a web como suporte ao veículo
de transmissão de conhecimento.
1. Todo o e-conceito implica capacidade focal e capa-cidade espectral.
(e
com isto se diz que qualquer conceito suportado na web quando optimizado deve
atingir todo o seu pú-blico-alvo e apenas o seu público-alvo; o e-lear-ning,
como e-conceito, deve ser orientado segundo este princípio geral)
2.
O e-learning desenvolve actividade na transmissão de conhecimento p2p ou p2g.
(em
tudo similar à formação presencial, em que a formação pode ser
protagonizada por um emissor e um ou mais receptores)
3.
O e-learning deve ser entendido como complementar e não concorrente à formação
tradicional.
(o
e-learning liberta o professor do trabalho de adesão dos alunos, do trabalho de
sapa e da homo-geneização dos conceitos base; o e-learning não com-pete com o
professor na aquisição de feedback em tempo real)
4.
O e-learning não substitui o professor, requalifica-o; não substitui a escola,
potencia-a como ferramenta para o desenvolvimento da excelência.
(o
e-learning liberta o professor para o trabalho de afinição e optimização
que, não sendo estas actividades padronizáveis, ou tendentes a tal, envolvem
mais recursos de tempo e, por consequência desta exigência, mais recursos
humanos)
5.
O e-learning cataliza a corporativização da excelência reflectiva sobre a
qualidade dos conteúdos a gerir, ministrar e transmitir aos alunos.
(o
e-learning mobiliza a docência no sentido de uma reflexão para uma política
para a educação, pensada de baixo para cima e definida pelas bases, garantindo
capacidade de expressão e voz audível na execução programática da mesma)
Donde
é lícito concluir que o e-learning potencia a requalificação da docência
para um nível mais elevado, exigindo, eventualmente, um incremento ou,
necessariamente, um ajustamento dos recursos da docência, libertando-a para a
personalização da instrução ao invés do actual modelo moralizador e
globalizante da educação.
Ainda
se conclui que o-learning favorece a docência no desafio da sua afirmação,
concorrendo para que esta consiga um papel activo e relevante na definição e
execução das políticas educativas.
Por
Pedro Travessa
Gestor de Participações, Gesventure Norte-Galiza
www.gesventure.pt