Opinião
Rui Pereira e JFK
Pior do que um ministro que torna as questões de segurança num exercício de ilusionismo, só mesmo um que gosta de se transformar em historiador, para comparar coisas que não podem ser comparadas. O ministro Rui Pereira, por momentos, tentou ser ilusionista da história. O truque foi um desastre.
Ao querer comparar o homicídio do assassino de Kennedy com o tiroteio numa esquadra da PSP, o ministro, ou não sabe história, ou ainda não percebeu que o país se está a tornar numa bandalheira institucionalizada. Ao tentar comparar o assassinato de Lee Harvey Oswald por Jack Ruby, quando estava cercado por agentes do FBI, com um caso delirante passado numa esquadra, o ministro está a fazer do absurdo uma nova forma de análise. Pode ser que essa seja uma nova estratégia governamental, e contra isso nada opomos. Mas comparar um caso português, típico do clima de facilitismo reinante, com um nebuloso caso político, nem os Monty Phython conseguiriam fazer com tanta competência criativa. O ministro Rui Pereira veio simplesmente decretar que a verdade não existe. Isto é, se alguém levar um tiro em Portugal, isso não é nada, porque nos EUA um jovem entra de metralhadora numa escola e mata 10 estudantes.
A comparação é estimulante, mas deprimente. Comparações por comparações, podemos propor uma outra ao ministro. Quando houve um tiroteio numa esquadra, o ministro era Rui Pereira. Nos EUA, quando Oswald foi assassinado, o "Attorney General" era Bobby Kennedy. Para que é que queremos fazer mais comparações?
A comparação é estimulante, mas deprimente. Comparações por comparações, podemos propor uma outra ao ministro. Quando houve um tiroteio numa esquadra, o ministro era Rui Pereira. Nos EUA, quando Oswald foi assassinado, o "Attorney General" era Bobby Kennedy. Para que é que queremos fazer mais comparações?
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