Opinião
Programas de apoio da União Europeia para as pequenas e médias empresas
É sabido que as pequenas e médias empresas constituem na Europa e no nosso país a esmagadora maioria do tecido empresarial, e são elas que mais empregos geram e melhor se adaptam às mutações do mercado.
Não admira, por isso, que sejam objecto de uma protecção especial, não apenas por parte dos governos nacionais como por parte da União Europeia que, assim, reforça e reconhece a sua importância como factor de crescimento e de dinamismo económico.
A nível nacional assiste-se em vários países, especialmente os de grande dimensão como a Alemanha, o Reino Unido, a França e a Espanha a um abaixamento significativo da carga fiscal sobre as empresas, designadamente ao nível do IRC, seguindo assim o exemplo pioneiro da Irlanda, mas também dos países da Europa Central e de Leste que apresentam no seu conjunto, as taxas mais baixas do mundo deste imposto, todas inferiores aos 20%, a ponto de alguns serem mesmo acusados de práticas de "dumping" fiscal. Diga-se que, no conjunto, incluindo estas taxas excepcionalmente baixas, a média da União está, em termos de IRC, em cerca de 26%.
Também no nível comunitário se presta assistência às pequenas e médias empresas, disponibilizada directamente, ou através de programas geridos a nível nacional ou regional, sob formas diversas como empréstimos, subvenções e garantias. Estes regimes foram divididos em quatro categorias, a saber, oportunidades de financiamento temático, fundos estruturais, instrumentos financeiros e apoio à internacionalização.
As oportunidades de financiamento são muito interessantes, uma vez que abrangem sectores cruciais da economia e do desenvolvimento sustentável, como o ambiente, energia e transportes, inovação e investigação, educação e formação e questões de emprego.
Por seu turno, os fundos estruturais como o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, o Fundo Social Europeu e o Fundo de Desenvolvimento Rural, co-financiam investimentos em regiões economicamente menos desenvolvidas, vulgus, regiões de convergência, por vezes, através de ajudas directas, enquanto que nas restantes a prioridade é dada a acções como a formação do espírito empresarial, criação de ninhos de empresas, redes, serviços de apoio ou transferência de tecnologia, sempre com o objectivo de promover a coesão económica e social.
Também os instrumentos financeiros prevêem um financiamento directo, embora usando intermediários como a banca, e destinam-se a aumentar o crédito disponível para as PME, incentivando, deste modo, aquelas entidades a facilitarem a concessão de empréstimos. É assim no Programa-Quadro de Competitividade e Inovação e nos investimentos próprios do Fundo Europeu de Investimento.
Finalmente, o apoio à internacionalização das PME faz-se, igualmente, através de intermediários financeiros ou autoridades públicas, e abrangem regiões do globo como a Ásia, a América Latina, a África, Caraíbas e Pacífico, o Japão e a Coreia. O EuropeAid, serviço de cooperação da União Europeia, publica no seu sítio, concursos e convites à apresentação de propostas.
Claro que este é apenas um panorama muito geral que contém em si, qual jogo de bonecas russas, uma série de outros programas e subprogramas. Porém, a rede Euro Info Centres criada pela Comissão Europeia, tem por desiderato aconselhar e prestar assistência às PME neste âmbito, designadamente ajudando-as a cumprir formalidades, ou dando informações da mais diversa índole, sempre com o apoio de peritos altamente treinados, que resolvem estas questões, por vezes, através de um simples telefonema.
A informação disponibilizada é abundante, por isso basta cumprir o aforismo que isto dos apoios não é para jeitosos, mas sim para teimosos.