Opinião
Pedro e o Roubo
Amigos,
Este é um dos textos menos ingratos que um cidadão português pode fazer - informar os Portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que os tempos deste governo estão quase a terminar.
Vão ser necessários muitos anos para os pin com a bandeira de Portugal (e o Paulo de Carvalho) recuperarem a imagem que tinham. Para este governo já é tarde. Venha o XX. A mensagem que Passos Coelho publicou no Facebook foi o ponto final.
Vamos lá ver, eu aguento toda a austeridade. Agora, o primeiro-ministro dirigir-se a mim com um "amigos", isso é que não! Aquela mensagem é conversa de bêbedo na ressaca. É a típica conversa do indivíduo que no dia anterior chegou alcoolizado a casa e bateu na mulher, nos filhos e na mobília, e no dia a seguir acorda, vê as asneiras que fez e fica arrependido e, mesmo sabendo que vai voltar a fazer o mesmo, vem pedir desculpa. Se não fosse o défice, o Pedro teria enviado uma caixa de Mon Chéri a todos os portugueses e uma sombrinha de chocolate aos que têm o ordenado mínimo.
No fundo, é a habitual aldrabice do facebook: as pessoas nunca dizem ser o que realmente são. O primeiro-ministro em vez de dizer "tenho 25 anos, sou moreno e atlético", diz que é um pai preocupado, um lamechas e um democrata. A verdade é que foi graças a esta mensagem no facebook (e ao domínio que os portugueses têm do vernáculo) que Passos Coelho conseguiu, finalmente, aparecer no "Financial Times".
Estes são tempos complicados, e para quem não tem facebook, ainda mais duros se tornam. Sem facebook, os portugueses nunca conheceriam o sensível Pedro. Quem não anda nas redes sociais pensa que o PM é um "serial killer", frio, sem sentimentos. Um doente, capaz de ir bater palmas e rir para um espectáculo minutos depois de ter massacrado famílias. Foi publicada uma foto que mostra Passos Coelho no concerto de Paulo de Carvalho a rir. Ele acaba de dizer à mulher: "Já viste que o ordenado mínimo está como quando a Nini tinha quinze anos… Ah, ah, ah! Que giro."
Um português que não possua página no facebook sente-se só e abandonado. O Presidente da República (como é que ele se chama? Agora não me ocorre o nome) não fala. Paulo Portas foi silenciado por um Arpão e um Tridente. A mulher do Passos não diz nada desde o "Feliz Páscoa" de 2011. Seguro está no Herman 2012 a preparar 2011. Miguel Relvas está no Rio de Janeiro, ou como ele diz: "estou na capital do Brasil".
Um cidadão com facebook, ao menos, pode encontrar alguma solidariedade e compreensão na página do vice-presidente da CGD. Nogueira Leite escreveu que dava a "palavra de honra" que sairia do país se os seus impostos aumentassem. Mais tarde, a página foi apagada. Está visto que cumpriu a palavra e pirou-se mesmo.
Que saudades do Aquashow.
Obrigado a todos.
João
E depois do Adeus
1. Relvas: "A RTP tem à sua frente um dos melhores gestores portugueses", diz um dos melhores alunos portugueses. Afinal, a RTP vai ser concessionada ao Governo.
2. Constâncio apontado para presidente da União Bancária europeia. Começam mal. É o mesmo que levar o filho vestido de palhaço no primeiro dia de escola.
3. Segundo o Governo, "os recibos verdes são patrão e funcionário ao mesmo tempo" - quer dizer que este governo está a recibos verdes? E é só patrão e funcionário? Nem há espaço para o sindicalista que há nos recibos verdes?!
4. Manuela Ferreira Leite talvez vá à manifestação - eu acho que até a troika vai à Manif.
5. "Senti-me na União Soviética ao ouvir o ministro Gaspar…". Ferreira Leite veio anunciar que, afinal, a suspensão da democracia por seis meses também não funcionou.
6. O chefe da missão do FMI em Portugal considerou que a redução da TSU para as empresas é uma forma "criativa" de resolver o problema do défice - nada como ser criativo com o suor dos outros.
7. Cada vez temos menos Estado, mas cada vez está mais caro - é o neoliberalismo "gourmet": uma dose de Estado que mal dá para um, mas custa uma fortuna.
Este é um dos textos menos ingratos que um cidadão português pode fazer - informar os Portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que os tempos deste governo estão quase a terminar.
Vamos lá ver, eu aguento toda a austeridade. Agora, o primeiro-ministro dirigir-se a mim com um "amigos", isso é que não! Aquela mensagem é conversa de bêbedo na ressaca. É a típica conversa do indivíduo que no dia anterior chegou alcoolizado a casa e bateu na mulher, nos filhos e na mobília, e no dia a seguir acorda, vê as asneiras que fez e fica arrependido e, mesmo sabendo que vai voltar a fazer o mesmo, vem pedir desculpa. Se não fosse o défice, o Pedro teria enviado uma caixa de Mon Chéri a todos os portugueses e uma sombrinha de chocolate aos que têm o ordenado mínimo.
No fundo, é a habitual aldrabice do facebook: as pessoas nunca dizem ser o que realmente são. O primeiro-ministro em vez de dizer "tenho 25 anos, sou moreno e atlético", diz que é um pai preocupado, um lamechas e um democrata. A verdade é que foi graças a esta mensagem no facebook (e ao domínio que os portugueses têm do vernáculo) que Passos Coelho conseguiu, finalmente, aparecer no "Financial Times".
Estes são tempos complicados, e para quem não tem facebook, ainda mais duros se tornam. Sem facebook, os portugueses nunca conheceriam o sensível Pedro. Quem não anda nas redes sociais pensa que o PM é um "serial killer", frio, sem sentimentos. Um doente, capaz de ir bater palmas e rir para um espectáculo minutos depois de ter massacrado famílias. Foi publicada uma foto que mostra Passos Coelho no concerto de Paulo de Carvalho a rir. Ele acaba de dizer à mulher: "Já viste que o ordenado mínimo está como quando a Nini tinha quinze anos… Ah, ah, ah! Que giro."
Um português que não possua página no facebook sente-se só e abandonado. O Presidente da República (como é que ele se chama? Agora não me ocorre o nome) não fala. Paulo Portas foi silenciado por um Arpão e um Tridente. A mulher do Passos não diz nada desde o "Feliz Páscoa" de 2011. Seguro está no Herman 2012 a preparar 2011. Miguel Relvas está no Rio de Janeiro, ou como ele diz: "estou na capital do Brasil".
Um cidadão com facebook, ao menos, pode encontrar alguma solidariedade e compreensão na página do vice-presidente da CGD. Nogueira Leite escreveu que dava a "palavra de honra" que sairia do país se os seus impostos aumentassem. Mais tarde, a página foi apagada. Está visto que cumpriu a palavra e pirou-se mesmo.
Que saudades do Aquashow.
Obrigado a todos.
João
E depois do Adeus
1. Relvas: "A RTP tem à sua frente um dos melhores gestores portugueses", diz um dos melhores alunos portugueses. Afinal, a RTP vai ser concessionada ao Governo.
2. Constâncio apontado para presidente da União Bancária europeia. Começam mal. É o mesmo que levar o filho vestido de palhaço no primeiro dia de escola.
3. Segundo o Governo, "os recibos verdes são patrão e funcionário ao mesmo tempo" - quer dizer que este governo está a recibos verdes? E é só patrão e funcionário? Nem há espaço para o sindicalista que há nos recibos verdes?!
4. Manuela Ferreira Leite talvez vá à manifestação - eu acho que até a troika vai à Manif.
5. "Senti-me na União Soviética ao ouvir o ministro Gaspar…". Ferreira Leite veio anunciar que, afinal, a suspensão da democracia por seis meses também não funcionou.
6. O chefe da missão do FMI em Portugal considerou que a redução da TSU para as empresas é uma forma "criativa" de resolver o problema do défice - nada como ser criativo com o suor dos outros.
7. Cada vez temos menos Estado, mas cada vez está mais caro - é o neoliberalismo "gourmet": uma dose de Estado que mal dá para um, mas custa uma fortuna.
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