Opinião
O espelho do poder
É um mistério a política de comunicação social do Governo.
Presume-se que é o único assunto que domina o menu dos seus principais responsáveis. Que ocupa o seu pequeno-almoço, o seu almoço, o seu jantar e a sua ceia. E as suas visitas à Moda Lisboa.
Fora da comunicação social resta pouco espaço de neurónios ao Governo para fazer algo. Como, por exemplo, dedicar-se aos problemas do país.
A questão de saber quem é o Lobo Mau e o Capuchinho Vermelho na empolgante aventura de quem deve caber na cadeira de director do «Diário de Notícias» é reveladora disso. Nem o célebre Repórter X conseguiria perceber porque é que, por exemplo e por absurdo, Cinha Jardim não vai para directora do «DN».
Clara Ferreira Alves colocou uma bomba-relógio na cadeira do poder: se ela não quer ser comissária política, depois de durante um mês ter ficado tentada pelo cargo, quem é que quer queimar os dedos?
O Governo ficou entalado e o PS, representado pelo eterno Arons de Carvalho que criou o bichinho de estimação que agora lhe está a degustar os miolos, também.
Há quem suponha que a comunicação social deve ser o espelho do poder. E, meu Deus, não se assemelha a Sofia Aparício!