Opinião
O erro de Sócrates
Depois de muito se ter falado sobre a situação de dificuldade que o nosso país atravessa, situação sempre desvalorizada pelo Governo da república e pelo seu primeiro-ministro, foram-nos agora dadas a conhecer as medidas propostas para fazer face a esta...
Depois de muito se ter falado sobre a situação de dificuldade que o nosso país atravessa, situação sempre desvalorizada pelo Governo da república e pelo seu primeiro-ministro, foram-nos agora dadas a conhecer as medidas propostas para fazer face a esta posição crítica em que nos encontramos.
As medidas, como de resto quase tudo o que se tem decidido em Portugal, caracterizam-se por serem medrosas, não preverem a verdadeira solução do problema e por nos deixarem para o futuro com a mesma incapacidade de crescimento que já trazíamos do passado.
Num momento em que Portugal reconhece que tem despesa excessiva para que possa ser um país solvente, o Governo apresenta, como medidas de salvação nacional, um aumento da receita fiscal que, não só inibe o desenvolvimento imediato como não resolve a questão essencial para o futuro que é a diminuição da despesa!
Não conheço, em nenhuma situação existente no Mundo em que vivemos, que as crises se ultrapassem sem que se faça um enorme esforço de redução dos custos e sem qualquer maquilhação das receitas, pois o aumento de impostos que é proposto não é mais do que a transferência do problema imediato para as famílias e os portugueses, que mais não são que a base do Estado português.
Aquilo que é fundamental é atacar o problema da despesa e esse só se ataca diminuindo-a.
Isto passa-se nas empresas, que durante esta crise em Portugal já tiveram que dispensar cerca de 5% dos trabalhadores nacionais, passa-se nas famílias, em que se abstêm de consumir para ultrapassar os tempos difíceis, e tem que se passar nos países para se restabelecerem as bases de continuidade que permitam ao País retomar o seu caminho de crescimento económico e de desenvolvimento social.
Quando se enfrenta um mal a sua superação só se faz com verdade e não com fingimento.
As únicas medidas de contenção apresentadas têm que ver com o investimento. É certo que quando a crise financeira nos afronta temos que ser cuidadosos com os investimentos, pois podem ser estes a nos levarem ao descontrolo e a provocar uma situação de falência. Contudo, também aqui estamos a condicionar de algum modo o nosso desenvolvimento futuro, pois esses mesmos investimentos são também motivadores do crescimento económico e ao adiá-los estamos a adiar o seu reflexo na economia.
Em suma, e ao contrário do que deveria estar a ser equacionado, que seria a diminuição da Função Pública, reduzindo o tamanho do monstro, através de despedimento de uma faixa etária que se encontra perto da reforma e a quem seriam garantidos os rendimentos e a própria reforma, criando aí sim um imposto sobre a restante população activa de forma a assegurar esta reestruturação, fomos confrontados com um plano débil de aligeiramento do problema, através daquilo que menos dano político provoca, mas que custa provavelmente mais do que a solução eficaz e definitiva do problema.
Presidente da Associação Comercial de Lisboa
As medidas, como de resto quase tudo o que se tem decidido em Portugal, caracterizam-se por serem medrosas, não preverem a verdadeira solução do problema e por nos deixarem para o futuro com a mesma incapacidade de crescimento que já trazíamos do passado.
Não conheço, em nenhuma situação existente no Mundo em que vivemos, que as crises se ultrapassem sem que se faça um enorme esforço de redução dos custos e sem qualquer maquilhação das receitas, pois o aumento de impostos que é proposto não é mais do que a transferência do problema imediato para as famílias e os portugueses, que mais não são que a base do Estado português.
Aquilo que é fundamental é atacar o problema da despesa e esse só se ataca diminuindo-a.
Isto passa-se nas empresas, que durante esta crise em Portugal já tiveram que dispensar cerca de 5% dos trabalhadores nacionais, passa-se nas famílias, em que se abstêm de consumir para ultrapassar os tempos difíceis, e tem que se passar nos países para se restabelecerem as bases de continuidade que permitam ao País retomar o seu caminho de crescimento económico e de desenvolvimento social.
Quando se enfrenta um mal a sua superação só se faz com verdade e não com fingimento.
As únicas medidas de contenção apresentadas têm que ver com o investimento. É certo que quando a crise financeira nos afronta temos que ser cuidadosos com os investimentos, pois podem ser estes a nos levarem ao descontrolo e a provocar uma situação de falência. Contudo, também aqui estamos a condicionar de algum modo o nosso desenvolvimento futuro, pois esses mesmos investimentos são também motivadores do crescimento económico e ao adiá-los estamos a adiar o seu reflexo na economia.
Em suma, e ao contrário do que deveria estar a ser equacionado, que seria a diminuição da Função Pública, reduzindo o tamanho do monstro, através de despedimento de uma faixa etária que se encontra perto da reforma e a quem seriam garantidos os rendimentos e a própria reforma, criando aí sim um imposto sobre a restante população activa de forma a assegurar esta reestruturação, fomos confrontados com um plano débil de aligeiramento do problema, através daquilo que menos dano político provoca, mas que custa provavelmente mais do que a solução eficaz e definitiva do problema.
Presidente da Associação Comercial de Lisboa
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