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30 de Junho de 2006 às 13:59

O druida de Viseu

Na irredutível aldeia gaulesa os indígenas resistem ao invasor romano. Mais pela força do que pela inteligência - graças a uma poção mágica de poderes sobrenaturais, um segredo do velho druida Panoramix.

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As histórias de Astérix, Obélix e os seus amigos aldeões encantam crianças e adultos de todo o mundo e são uma referência no universo da banda desenhada. Em Portugal há um exemplo idêntico. Numa terra da Beira interior vive um chefe que resiste ao invasor - «os burocratas de Lisboa». E incita os seus súbditos à rebelião, com palavras de ordem de fácil entendimento: «Corram-nos à pedrada». O chefe da aldeia (no caso da câmara de Viseu e da Associação dos Municípios Portugueses) está contra aqueles que querem travar o desenvolvimento - os inspectores do Ministério do Ambiente que aplicam multas a obras no seu território. A história é verdadeira: Fernando Ruas, o chefe, incitou à violência os presidentes das juntas de freguesia da sua jurisdição. Apanhado por uma rádio local, Ruas justifica a palavra de ordem como uma força de expressão que não deve ser entendida «no sentido literal». Mas mantém o conteúdo. Ou seja: Ruas quer banir os inspectores do ambiente do seu território. Na aldeia gaulesa as histórias são divertidas. A do druida de Viseu não tem graça. Com ou sem pedradas, é simplesmente lamentável.
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