Opinião
«Media» em destaque com «rally» modesto
Esperamos uma recuperação dos mercados accionistas em termos globais, mas não o suficiente para lhe chamar um verdadeiro «rally».
Ou seja, estimamos um crescimento modesto até ao final do ano. No entanto, a prudência de curto prazo deverá continuar, à medida que a época de resultados do terceiro trimestre arranca na segunda semana de Outubro. Após o início da «earnings’ season», os investidores deverão tomar posições nos mercados accionistas, mas sem ficar à espera dos resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos da América para reentrar no mercado.
Haverá três motores importantes que deverão contribuir para o desempenho modesto dos mercados accionistas até final do ano:
a) Liquidez;
b) Resultados;
c) Avaliações
a) A liquidez deverá aumentar, com os investidores a realizarem uma inflexão das obrigações para as acções;
b) Os consensos em relação aos resultados estabilizaram. Poderá haver uma pequena correcção, mas não será nada de dramático. Os resultados, em termos globais, deverão registar crescimentos de 10% nos EUA e na Europa em 2005;
c) As acções estão mais atractivas do que as obrigações. A estimativa para o «Price Earnings Ratio» (PER) em 2005 para as acções norte-americanas é de 15, com a rentabilidade da Obrigação do Tesouro («Treasury») a 10 anos a fixar-se nos 4,2%. Na Europa, a previsão do PER para as acções encontra-se entre os 12 e os 13, com a rentabilidade da Obrigação do Tesouro alemã («Bund») a 10 anos abaixo dos 4%.
Neste contexto, a preferência por uma beta elevado é mais clara: temos três hipóteses - telecoms, media ou tecnologia. Dos três, o mais visível e fácil de monitorar é media: Media Capital, Impresa e PT Multimedia são três opcões muito interessantes. A primeira beneficia mais directamente da recuperação da publicidade em televisão e, concerteza, beneficiará de receitas do futebol; a Impresa tem batido estimativas nos últimos três trimestres e pode voltar a subir os seus «targets»; e a PT Multimedia pode beneficiar de um anúncio de um «share buyback», o que daria suporte ao valor durante todo 2005. Além disso, todos beneficiam de uma melhoria macro, com os números do PIB mais favoráveis em Portugal.