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08 de Novembro de 2004 às 13:59

EDP: subscrever ou não subscrever ...

Eis a questão. Os detalhes do aumento de capital da EDP foram anunciados sexta-feira.

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Já sabemos o preço de subscrição (1,84 euros), que cada acção dá direito a um «direito» e que são precisos 4,5 direitos mais 1,84 euros para termos uma nova acção. Estas terão direito aos mesmos dividendos das existentes, e os mesmo benefícios fiscais. Sabemos os resultados, o ajuste tarifário, as sinergias esperadas na Cantábrico, o que permite analisar a performance operacional da empresa no curto a médio prazo. Mas ainda há bastantes coisas por saber. Saliento três:

- O montante dos CMEC - o que pode ser positivo para a empresa, apesar do consecutivos adiamentos de um anúncio formal;

- Qual o desfecho da análise da UE em relação ao gás? Provavelmente implicará algumas concessões por parte da empresa, de alguma forma negativo, mas não dramático;

- Qual a posição dos accionistas actuais? Será que o Estado vai reduzir a sua posição de 26% para 16%? Será que os outros accionistas de referência, como o BCP (5%), a Brisa (2%) e a espanhola Iberdrola (5%) vão acompanhar o aumento de capital? Até este momento só a CGD (5%) disse que iria acompanhar. Quando se trata de determinar o sucesso do maior aumento de capital realizado em Portugal, é importante analisar o balanço entre a procura e oferta de papel.

Mas mais importante para a decisão são os fundamentais da empresa: como vai o negócio e como se perspectiva o futuro. Aqui, a EDP apresenta argumentos fortes quando comparada com as suas congéneres ibéricas. É a única eléctrica que pode passar para o cliente final o aumento dos custos energéticos, algo importante quando o petróleo continua a níveis bastante elevados. E a sua avaliação não me parece exigente tendo em conta o seu perfil de geração, com uma forte componente hídrica, que merece múltiplos acima da média ibérica. O Estado está, ao mesmo tempo a privatizar, ao reduzir a sua posição. E é claro que quem subscreveu à fase anterior e continua accionista, não teve a performance esperada. Ajustando para os benefícios de permanência e dividendos desde então, um investidor em EDP teria tido um retorno negativo.

A EDP – na minha opinião de pequeno accionista – está agora em melhor posição do que estava então, com uma equipa de gestão credível e perspectivas de crescimento interessantes. Os benefícios fiscais associados também pesam positivamente, tal como o aumento de liquidez das acções e o interesse de uma base accionista mais variada. A decisão é de cada um - mas o balanço é claramente positivo.

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