A expressão e a tradição são anglo-saxónicas e, tal como a tradução sugere, é um dia que a empresa dedica aos seus investidores. Ou seja, os accionistas.

A Portugal Telecom e os principais bancos foram as primeiras empresas a realizar o seu em Portugal. Uma medida seguida lá fora e que, num mercado cada vez mais globalizado, não podia ser ignorada pelas maiores cotadas nacionais, sob prejuízo de assumirem uma desvantagem comparativa face às suas concorrentes além-fronteiras. Nesse dia, as empresas reúnem-se com os analistas que cobrem a actividade das respectivas empresas e, geralmente, com os investidores institucionais – leia-se gestores de fundos, nacionais ou estrangeiros. Revelam-se estratégias, actualizam-se metas, ou, à falta de notícias ou surpresas, apenas se gerem as relações.

No arranque desta moda em Portugal, apesar da realização dos eventos, os encontros eram muito fechados. Aqui, no Jornal de Negócios, andávamos sempre atrás dos analistas após o «Investors’ Day» à procura das novidades que as administrações das empresas revelavam àqueles investidores. Causava-nos alguma frustração verificar que apenas parte do mercado tinha acesso a informação que poderia influenciar a cotação dos papéis em bolsa. Porque muitos dos nossos leitores são pequenos investidores e, atendendo à sua dimensão, são muitas vezes mal tratados no que respeita a informação.

Os exemplos dos «Investors’ Days» realizados no final da semana passada quer pelo BPI quer pelo BCP são, por isso, de louvar. O BPI abriu as portas aos jornalistas. O BCP disponibilizou toda a informação no seu «site» logo cedinho. Esperemos que o exemplo seja seguido pelas outras cotadas. Porque quanto maior for a transparência da informação no «Investors’ Day», mais os investidores podem dar à empresa. E ao mercado.