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09 de Maio de 2005 às 13:59

Comprar por desporto?

Se o imaginário futebolístico dos adeptos é uma soma perigosa de emoções nas bancadas, na bolsa, os estímulos dos títulos de SADs de clube de futebol são ainda menos racionais.

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Melhor do que a passagem do Sporting à final da Taça UEFA, só mesmo o desempenho das acções da SAD do clube leonino. Apresentam um retorno de 24,2% este ano, dos quais... 25,88% foram conquistados no último mês!

É, por isso, a melhor acção da bolsa nacional, em termos de rentabilidade. E esta subida tem um valor acrescido numa altura em que os mercados accionistas estão em queda, com a aversão ao risco a levar os investidores a um «flight-to-quality» para as obrigações. A prová-lo está a queda de 1,06% do PSI-20 desde o início do ano.

Mas, se o imaginário futebolístico dos adeptos é uma soma perigosa de emoções nas bancadas, na bolsa, os estímulos dos títulos de SADs de clube de futebol são ainda menos racionais. E é disto que quem compra acções do Sporting, Porto ou Braga, não se pode esquecer na altura da compra. Para que não se arrependa no «timing» da venda. Porque já está mais que provado que os resultados no campo não se reflectem, a prazo, na bolsa.

O caso do Porto é paradigmático. Venceu dois campeonatos, duas taças de Portugal, uma taça UEFA e a Liga dos Campeões em cinco anos e, este ano, até apresentou lucros pela primeira vez. Qual é o saldo? Uma perda de 47% face ao preço de 5 euros (1.000 escudos) a que foi vendida no IPO em 1998. Quem corre por desporto, não cansa, diz o povo. O mesmo não será verdade para quem deixa a decisão de compra para as emoções...

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