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Económica, executiva e… tolices!

O 1º ministro decidiu ir a Bruxelas em classe económica e o assunto acabou nos jornais. O debate que se seguiu assentou na necessidade de o Estado cortar despesa.

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O 1º ministro decidiu ir a Bruxelas em classe económica e o assunto acabou nos jornais. O debate que se seguiu assentou na necessidade de o Estado cortar despesa. Um dia depois ficou a saber-se que, afinal, os governantes não pagam quando viajam na TAP. Daí às críticas à demagogia, sobretudo nas redes sociais, foi um passo.


Em que ficamos? O mais importante, neste episódio, é saber se os governantes pagam bilhete na TAP (que até fica com mais lugares em executiva para vender, numa linha com muita procura)? Não. É constatar que o país, não apenas o Estado, vive acima das posses. E quando assim é, a missão de um governante responsável é contribuir para que empresas e famílias percebam isso. Dando o exemplo: quantos de nós não criticamos os nossos chefes, rosnando que quem dá maus exemplos não tem moral para pedir sacrifícios?



Quando um governante decide ser frugal, seja no que for, isso tem pouco impacte nos 50% que o Estado gasta do PIB. São literalmente "peanuts". O que interessa são os sinais que passa à sociedade. E o sinal aqui (esperemos que venham mais) é dizer ao país que tem de ajustar em baixa o seu nível de despesa: esquecendo a casa dos sonhos, o carro preferido, as férias nas Caraíbas, recorrendo menos ao crédito, vivendo com menos luxos.



Um banqueiro disse-me um dia que o seu banco contratara "xis" horas de voo a uma empresa de jactos executivos. Como o banco raramente esgotava essas horas, a empresa sugeriu que utilizasse o avião para ir de férias. "Nunca o fiz. Mesmo sabendo que não custava mais à empresa", confessou". "Porquê?", perguntei. "Como é que depois tinha moral para cortar postos de trabalho"? Voilá!

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