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Governo e PS em rota de colisão. Eleições são inevitáveis

Luís Montenegro deu a sua versão dos factos à TVI. Pedro Nuno Santos optou pela SIC para fazer passar a mensagem do PS. No fim das duas entrevistas ficou a certeza que a moção de confiança será chumbada. A realização de eleições legislativas antecipadas parece inevitável.

Miguel A. Lopes/Lusa
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Duas entrevistas televisivas separadas por minutos e uma certeza. Luís Montenegro não vai retirar a moção de confiança e Pedro Nuno Santos mantém a decisão de votar contra. O primeiro-ministro falou à TVI, depois de Pedro Nuno Santos ter garantido na SIC que chumbará a moção, apontando o dedo acusador ao também líder do PSD.


"O primeiro-ministro quando apresenta a moção de confiança sabe à partida qual será a posição do PS e da maior parte dos partidos no Parlamento. É um pedido de demissão cobarde", disse Pedro Nuno Santos.

Já o primeiro-ministro acredita que não cometeu qualquer "imprudência" no âmbito do caso da empresa familiar que está no centro da atual crise política. A afirmação foi feita na entrevista na TVI/CNN, logo depois de o líder do PS ter falado à SIC.

"Creio que não [fui imprudente]", respondeu quando questionado se sentia que se enquadrava na circunstância em que se encontrou o ex-secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias. "Tenho a convicção plena de que não cometi qulaquer crime" sublinhou Luís Montenegro.


E em caso de eleições legislativas antecipadas, mesmo que seja constituído arguido, o líder social-democrata garante que avançará como candidato a primeiro-ministro. "Não tenho temor" em relação a nenhuma comissão parlamentar de inquérito, sublinhou. Na referida entrevista TVI/CNN, Montenegro foi perentório. "Avanço com certeza", afirmou quando questionado se seria candidato a primeiro-ministro nessa circunstância. "No momento em que tiver consciência em que devo cessar funções não preciso de ninguém que me aponte a porta. Não violei a lei", frisou, garantindo que "não tem razão para se demitir" neste momento.


Nesta entrevista, garantiu ainda que os ministros sabiam das ligações a várias empresas. "Absolutamente", respondeu Luís Montenegro quando questionado se o Governo tinha conhecimento e sobre eventuais conflitos de interesse. "Os meus ministros sabem que eu não intervenho sempre que há qualquer coisa que possa suscitar alguma dúvida", diz. "Eu não faço, não fiz nem vou fazer fretes a ninguém. Eu não tirei nenhum benefício desta empresa".

PS diz que Montenegro quer evitar CPI

Para o PS, o desfecho parece irreversível. No atual quadro, Pedro Nuno Santos considera o caminho irreversível. "Depois de termos dito ao longo de um ano que chumbaríamos uma moção de confiança, não poderíamos votar de outra forma, seria impensável", asseverou o líder do PS.

Pedro Nuno Santos garante que não vai "voltar atrás" na decisão de votar contra a moção de confiança que será apresentada pelo Governo.

Na perspetiva do secretário-geral dos socialistas, "o único objetivo do primeiro-ministro é evitar uma comissão parlamentar de inquérito". Pedro Nuno Santos frisou que o ministro das Finanças tinha dito que depois de duas moções de censura rejeitadas não haveria necessidade de uma moção de confiança. "Foi só depois de o PS ter indicado que ia requerer uma comissão parlamentar de inquérito, que o primeiro-ministro decidiu avançar com uma moção de confiança", argumentou Pedro Nuno Santos.

O secretário-geral dos socialistas defendeu a opção por uma comissão parlamentar de inquérito por ser a única forma de ser apresentada prova documental. "Não podemos ter um primeiro-ministro que recebe avenças a troco de nada", disparou.

Questionado sobre se as eleições antecipadas podem ser o fim de linha para Pedro Nuno Santos, o líder do PS citou Sá Carneiro, fundador do PSD: "a política sem riscos é uma chatice, sem ética é uma vergonha".

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