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Classificação e ordenação das universidades

Nos últimos dias registaram-se duas boas notícias para a universidade portuguesa. Primeiro, o senhor ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em declarações enfáticas à imprensa sublinhou a sua vontade de promover a elaboração de listas ordenadas

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Segundo, pela primeira vez uma escola portuguesa, no caso a Universidade Católica, figurou na lista ordenada, da responsabilidade do Financial Times, das melhores cinquenta escolas mundiais de formação de executivos.

Infelizmente, estas notícias não entusiasmaram uma parte muito significativa da academia. Mas, nem por isso, elas devem deixar de ser francamente saudadas como sinais de esperança para o futuro da universidade portuguesa.

No caso da vitória da Universidade Católica, que a todos deveria orgulhar, incluindo todas as escolas concorrentes, estabeleceu-se uma novo patamar de exigência e de concorrência que necessariamente irá beneficiar o país.

Por outro lado, a avaliação consequente do ensino superior – necessária para assegurar a diferenciação e a melhoria da qualidade das escolas e a empregabilidade dos diplomados – não poderá dispensar a elaboração das, erradamente, muito temidas listas ordenadas. Seria bom que todos se habituassem a aceitar e utilizar, sem complexos e de forma clara e aberta, aqueles instrumentos de trabalho. Nesse sentido, parece pouco adequada acentuar na apresentação do novo sistema de avaliação os aspectos de ruptura com o antigo sistema.

Na verdade, apesar das claras insuficiências do anterior sistema – sobretudo as relativas aos campos de avaliação considerados e à inaceitável composição dos painéis de avaliadores – e da clara superioridade do que se anuncia, há aspectos de continuidade que são evidentes e que se torna necessário sublinhar. Haverá que ter presente que o novo sistema ganhará muito se puder, desde o seu início, beneficiar dos resultados da avaliação desenvolvidos pelo CNAVES.

Apesar de o Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior se ter recusado a produzir classificações quantitativas e, muito menos, listas ordenadas, estas podem ser produzidas a partir das numerosas apreciações qualitativas emitidas. Há certos aspectos da evolução recente das instituições que só assim poderão ser evidenciadas. Não proceder deste modo poderá significar prescindir de tirar consequenciais imediatas das próximas avaliações, remetendo-as para um futuro incerto.

Tomemos o caso da avaliação das licenciaturas de Gestão. O exercício apresentado no quadro anexo permite evidenciar que poderão ser produzidos pontos de partida e de referência aceitáveis a partir das tímidas avaliações qualitativas de 2002.

Uma classificação quantitativa e lista ordenada da avaliação oficial de 2002 das licenciaturas em gestão: classificações(a) totais e por campos de avaliação(b)

Fonte: Cálculos do autor a partir das apreciações qualitativas oficiais publicadas em: Conselhos de Avaliação do Ensino Superior Universitário, Relatório – Síntese Global – Área da Gestão, Administração e Marketing, Lisboa, Julho de 2002 (http://www.fup.pt/conselhodeavaliacao/relatorios.php?area=24&ciclo=5&ano=4). O método de cálculo é indicado abaixo nas notas a e b.

(a) Os níveis de apreciação utilizados pelos avaliadores foi a seguinte: A – Excelente: só existem aspectos positivos; B – Muito satisfatório: os aspectos positivos sobrelevam os aspectos negativos; C – Satisfatório: equilíbrio entre aspectos positivos e negativos; D – Insatisfatório: os aspectos negativos suplantam os positivos. As classificações apresentadas no quadro, destinadas a facilitar a comparação global das escolas, resultou da seguinte adaptação da grelha oficial qualitativa a uma classificação quantitativa: A= 3; B = 2; C = 1; D = 0.
(b) Os campos de avaliação considerados pelos avaliadores são os seguintes: 1 – Qualidade do relatório de autoavaliação; 2 – Ambiente existente na escola; 3 – Exigência na selecção dos estudantes; 4 – Corpo docente; 5 - Pessoal não docente; 6 – Fiabilidade dos dados sobre os recursos financeiros envolvidos; 7 – Processo de ensino-aprendizagem; 8 – Processo ensino-investigação; 9 – Integração do dos diplomados no mercado de trabalho; 10 - Instalações e equipamento; 11 – Relacionamento externo e internacionalização); 12 - Gestão interna da qualidade.

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