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Breve SWOT do Mercado Imobiliário Comercial Português

Uma breve análise SWOT do mercado imobiliário português, a título de reflexão, é um exercício simplista mas que, de alguma forma, ajuda a estruturar a nossa visão dos caminhos a tomar e dos caminhos a evitar. Refiro-me em particular ao mercado dito comerc

Esta minha visão genérica é um mero ponto de partida . O desafio para o leitor é criar a sua própria análise, específica e ajustada à sua realidade.

 

Strengths/Pontos Fortes

Weakenesses/Pontos Fracos

Economia em retoma e que não sobreaqueceu ao nível, por exemplo, de Espanha, tendo em alguma medida um potencial escondido.

Mercado de escritórios profissional e transparente, oferecendo produtos de boa qualidade e preços competitivos.

Um relançar da indústria de turismo com muitos novos resorts apostando na qualidade e conteúdos.

O sector de comércio com um pelotão da frente com excelentes resultados, estratégia de internacionalização, chegada de novos operadores internacionais, maior competitividade.

Um sector logístico com um ténues sinais de retoma da procura e um esforço de modernização por parte de alguns operadores.

Fundos portugueses numa forte operação de reposicionamento.

Uma indústria de serviços cada vez mais satélite e dependente de Espanha, fruto da iberização de Portugal.

Licenciamento penoso, urbanismo confuso, rede de transportes públicos incipiente.

Muitos novos promotores a repetir a mesma receita sem incorporarem curva de experiência e falar com operadores/consultores.

Um pelotão da retaguarda que insiste em conceitos que não se actualizam, ocupando algumas das melhores ruas do país à custa de rendas baixas ou de falta de visão.

Portugal está fora da "banana logística"

Alguns dogmas do passado não foram abandonados; o público em geral demonstra alguma desconfiança face a este produto. As aplicações alternativas sem risco estão muito competitivas.

Opportunities/Oportunidades

Threats/Ameaças

Centros de cidade com um enorme trabalho de reposicionamento por fazer abrem uma imensa oportunidade ao mercado.

Algum potencial no desenvolvimento de centros comerciais e retail parks.

Espaço para produto de qualidade, pouco massificado, no sector do turismo.

Reposicionamento de carteiras de activos e de projectos.

Aumento da procura bruta de espaço de escritórios.

Licenciamento e NRAU continuam a ser fortes constrangimentos ao reposicionar de muitos edifícios.

Projectos de medíocre qualidade ou sobre-dimensionados para a área de influência em que se encontram.

Alguns produtos massificados copiando a fórmula espanhola podem retirar valor aos destinos.

Maior dificuldade em obter capital para financiar projectos.

Oferta futura considerável e disponível em simultâneo.

No presente momento o mercado está em franco reposicionamento. O apertar das condições de concessão de crédito por parte dos bancos, e o aumento do custo do mesmo, quer pelo aumentar dos spreads, quer por via do presente nível da Euribor, obrigou e obrigará a re-equacionar todos os projectos em carteira.

Os prime yields continuam tão agressivos quanto antes, mas os yields "não prime" estão a afastar-se 25 a 75 pontos base do prime yield.

Este movimento corresponde a uma saudável correcção do mercado, que distingue prémios de risco de acordo com o perfil do projecto. Não seria natural vermos produto de menor qualidade a ser colocado pelo mesmo yield que produto de primeira linha.

É difícil antever o que se vai passar em 2008, pelo que devemos ter uma atitude de observação e prudência. Não devemos alinhar com os profetas da desgraça, mas devemos estar conscientes que o mercado está mais exigente, e que há menos espaço para erros.

Tais circunstâncias requerem um gestão muito mais pró-activa e avisada dos activos imobiliários.

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