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A razão do interesse nas obrigações em moeda local dos mercados emergentes

Entre as moedas de elevado "carry trade" com uma interessante relação risco/recompensa encontram-se o real brasileiro, o peso colombiano e o rublo russo.

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As decisões tomadas recentemente pelos bancos centrais têm reforçado a conjuntura política favorável às taxas e às moedas locais dos mercados emergentes, dois setores que oferecem igualmente as avaliações mais interessantes neste setor da dívida .

A estabilidade dos preços das "commodities", da China e do mercado das taxas, bem como a estabilidade ou desvalorização do dólar, beneficiam os mercados emergentes e as respetivas moedas. Ao mesmo tempo, verifica-se uma melhoria dos fundamentos dos mercados emergentes, tanto do crescimento como dos lucros. As rentabilidades parecem atingir valores interessantes, sobretudo em regiões caracterizadas por estabilidade política, e apesar da estagnação do mercado cambial, o "carry trade" é uma boa opção.

O forte desempenho da dívida dos mercados emergentes até à data fez com que os valores das avaliações das obrigações soberanas e das empresas começassem a parecer excessivos. No entanto, as taxas e moedas locais ainda permitem obter rentabilidades muito interessantes em comparação com as chamadas "core rates", que excluem os preços dos bens alimentares e energéticos, tendo o índice local dos mercados emergentes (JPMorgan GBI-ME Global) apresentado uma rentabilidade de 6,76%, que contrasta com os 0,97% do índice das obrigações de dívida pública dos mercados desenvolvidos (JPMorgan GBI Global).

Devido à melhoria dos fundamentos, os investidores estão mais dispostos a investir em dívida dos mercados, dado que a recompensa de tal investimento começa a ser proporcional ao risco associado. Esta dinâmica de fluxo positivo a longo prazo, aliada à oferta líquida favorável e ao aumento das reservas monetárias, cria um cenário técnico positivo para o setor.

A reduzida divergência política entre os bancos centrais dos mercados desenvolvidos deverá limitar os ganhos do dólar dos EUA e beneficiar as moedas dos mercados emergentes. Enquanto isso, prevê-se que o novo conceito de controlo da curva de rentabilidades do Japão venha a estabilizar as rentabilidades ao reduzir a volatilidade do mercado, o que é positivo para as taxas locais dos mercados emergentes.

No entanto, nem todos os países ou moedas são iguais. Há fatores idiossincráticos suscetíveis de exercer um impacto significativo em determinados mercados, como revela a dramática debilidade do peso mexicano até à data, devido à dependência deste país do resultado das presidenciais nos EUA. Entre as moedas de elevado carry trade com uma interessante relação risco/recompensa encontram-se o real brasileiro, o peso colombiano e o rublo russo.



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