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16 de Fevereiro de 2004 às 13:04

A empatia

A empatia é um conceito que entra na gestão por meio dos psicólogos / psicoterapeutas. De uma forma simples, significa uma competência de compreensão dos sentimentos / emoções dos outros....

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A empatia é um conceito que entra na gestão por meio dos psicólogos / psicoterapeutas. De uma forma simples, significa uma competência de compreensão dos sentimentos / emoções dos outros.

Algumas vezes, de uma forma errada, traduz-se este conceito pela capacidade de nos pormos na pele dos outros. Erradamente, porque isso poderia pressupor que teríamos de sentir o mesmo de que o outro, o que não é, de facto, o entendimento.

Ser empático é entender o que as pessoas deverão estar a sentir, quando estão em interacção connosco ou as observamos em relação, com outras pessoas. A empatia é uma competência que, como quase todas, tem uma parte inata e outra adquirida, em proporções que desconheço e que, por certo, variarão, de caso para caso.

Concerteza que, tal como eu, deve conhecer pessoas que parecem ter um sexto sentido no que diz respeito à avaliação de pessoas, que se revela numa intuição sobre a verdade, por detrás do papel que representam.

Muitas das pessoas que revelam possuir esta intuição, nem sequer ouviram falar do conceito de empatia, nem de técnicas de comunicação; são simplesmente hábeis a descodificar os sinais que, todos nós, de forma consciente ou inconsciente emitimos. No entanto, a componente adquirida pode sê-lo de uma forma estruturada.

Compreender o que os outros sentem, passa por aprender a reconhecer os sinais não-verbais da comunicação, como sejam a linguagem gestual, a expressão facial, o timbre e a entoação vocais e as posturas.

Ser empático pressupõe entender para lá do que é dito, até porque a generalidade das emoções tem uma forma de revelação mais corporal do que verbal. Mas valerá a pena ser empático? Claramente! A empatia é uma das componentes fundamentais do que modernamente se designa por inteligência emocional.

É a empatia que nos torna socialmente hábeis, que facilita, aos outros, o gostarem de nós (quem é que não gosta de alguém, que revela uma profunda compreensão do nosso eu) e que é responsável pelo sucesso de muitos vendedores de produtos / serviços / ideias.

Ao sermos empáticos sabemos o que devemos ou não dizer e fazer nas várias situações sociais, de acordo com as emoções que queremos provocar ou evitar. Mais, desenvolvemos a capacidade rara de saber quando nos devemos calar.

Embora a empatia seja uma competência genericamente importante, é nas funções onde a relação com os outros é dominante, que a empatia se revela fundamental.

Funções de natureza comercial, (a todos os níveis) de relação com o público e de gestão de pessoas, são funções onde é crítico que os seus ocupantes possuam ou desenvolvem uma competência elevada, nesta vertente.

É a empatia que permite ao vendedor perceber qual é o momento certo para fechar a venda ou qual é o tipo de relação que deve criar, com o cliente, para ganhar a sua estima e confiança.

É a empatia que permite adequar a linguagem e discurso ao interlocutor que se tem de atender, para que a relação corra bem.

Finalmente, é a empatia que permite ao líder perceber qual é o efeito que as suas decisões e forma de lidar com os colaboradores tem, na motivação dos mesmos.

Em suma, esta é uma competência que vale a pena desenvolver, até porque existe uma elevada correlação entre possuí-la e ter uma carreira de sucesso.

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