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Pharol, um morto-vivo

Da PT restaram apenas os ossos, mas os animais gordos e pesados não desistem de os sugar até ao tutano.

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Pharol. Seis letras de uma pseudo-empresa que, na semana passada, mais uma vez se afundou no mercado. Como sempre referi neste espaço de opinião, nunca vi a Pharol como uma empresa, mas sim como um fragmento de um meteorito resultante do fim da PT. A Pharol sempre foi um mero veículo de investimento na Oi (além de uma opção de compra irreal e do crédito sobre a Rioforte).

Tinha prometido a mim mesmo que não escreveria mais sobre a Pharol. Não gosto de falar sobre mortos-vivos. Mas os recentes acontecimentos não me deixam alternativa. Há um ano, escrevi que era chocante que o conselho de administração tivesse 11 membros. O que fazem 11 administradores numa empresa moribunda? Nada.

Da PT restaram apenas os ossos, mas os animais gordos e pesados não desistem de os sugar até ao tutano, depois de terem comido toda a carne. A mais recente distribuição de dividendos no valor de cerca de 20% da sua cotação fala por si.

A maior parte dos pequenos accionistas que detêm acções da Pharol são antigos accionistas da PT que decidiram manter as acções quando a PT, como empresa, chegou ao seu fim. Podemos aqui lamentar-nos sobre a forma como se destruiu uma empresa como a PT. Mais do que vergonhoso, é escandaloso. Mas só continua accionista dessa empresa-estilhaço que é a Pharol quem quer.

A Pharol é mais um exemplo de que expressões como "tudo o que desce sobe" ou "vou guardar as acções para os netos" servem apenas para que os investidores se iludam a si próprios. A Pharol é um morto-vivo que apenas caminha porque ainda restam os ossos para sugar.



Nem Ulisses Pereira, nem os seus clientes, nem a DIF Brokers detêm posição sobre os activos analisados. Deve ser consultado o disclaimer integral aqui


Analista Dif Brokers
ulisses.pereira@difbroker.com




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