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O Irão na expectativa

A reeleição do Presidente iraniano Rouhani coincidiu com a estadia de Donald Trump na Arábia Saudita onde reactivou a velha aliança entre Washington e Riade. Que irá acontecer?

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A reeleição de Hassan Rouhani, nas eleições presidenciais no Irão, coincidiu com a visita de Donald Trump à Arábia Saudita, onde assinou um "acordo de visão estratégica" e um outro de venda de material militar ao reino no valor de 109 mil milhões de dólares. O reactivamento da relação entre americanos e sauditas mostra como as alianças antigas no Médio Oriente se reforçam face às linhas de abertura que a assinatura sobre o nuclear tinha aberto entre Teerão e o Ocidente. O pragmatismo de Rouhani conseguiu assim convencer a maioria dos iranianos, onde há claramente um desejo de que o país continue na senda da recuperação económica e da reintegração na economia global. Esses foram, de resto, dois dos temas mais debatidos na campanha. Tudo na senda do acordo sobre o nuclear, que permitiu o aliviar de algumas sanções internacionais e o reinício do investimento externo. No entanto, face às muitas reticências americanas (maiores ainda desde a chegada de Trump ao poder) o isolamento iraniano anda não terminou.

 

Afinal o Irão está no meio dos conflitos do Médio Oriente (Síria e Iémen, especialmente), no lado oposto dos EUA e da Arábia Saudita. Por isso o sector financeiro iraniano continua a estar isolado, já que os maiores operadores internacionais bancários continuam sem apostar no país devido às sanções americanas. E isso tem sido um factor capaz de impedir que a economia possa crescer mais e investir na debilitada infra-estrutura, como é a vontade de um país com uma população muito jovem e que é um enorme mercado potencial. Seja como for o Irão conseguiu aumentar a sua produção e exportação de petróleo e gás, de uma média de 1,3 milhões de barris por dia em 2015 para 2,8 milhões em 2017. Mas o desemprego continua muito alto (12,7% em 2016) e o preço do imobiliário continua a ser proibitivo, especialmente para os mais novos. O sector mais conservador tem acusado Rouhani de compromissos com o Ocidente que não trouxeram benefícios ao Irão. O certo é que, face à posição mais dura dos EUA (vejam-se as declarações de Rex Tillerson em Riade), o sector conservador do Irão poderá ganhar mais força, especialmente se se confirmar que Ebrahim Raisi poderá vir a ser um dos favoritos à sucessão do ayatollah Khamenei, como Líder Supremo do Irão. Tempos difíceis esperam Rouhani, com a oposição dos EUA e da Arábia Saudita.

 

Japão: em busca do eldorado do jogo

 

O Japão está cada vez mais empenhado em trazer casinos para o país, depois de uma lei que os permite ter sido aprovada em Dezembro. Agora realizou-se mesmo uma conferência onde juntou operadores, fornecedores e potenciais investidores. O Japão aposta fortemente no sector, já que o banco de investimento CLSA estima que as receitas do jogo possam representar cerca de 25 mil milhões de dólares por ano. Isso permitiria ao Japão ombrear com os dois maiores mercados de jogo, Macau e Singapura. Mas a legislação ainda não está afinada para que o investimento capaz de colocar os casinos a funcionar possa avançar.

 

Entre 1962 e 1999, a STDM teve o monopólio do jogo em Macau, algo que se alterou depois. A STDM perdeu o monopólio e entraram outros compradores no território, em que surgiram grupos como o Galaxy Entertainment Group (GEG) e a Wynn Resorts. Em Singapura, o governo decidiu limitar a participação de operadores a dois, tendo a LVS e o Genting Group conseguido as licenças. As áreas integradas de investimento em jogo permitiram investimentos de 27 mil milhões de dólares na faixa Cotai, em Macau, e de 11 mil milhões em Singapura. A Coreia do Sul também tentou desenvolver o seu sector do jogo em casinos, onde abriu a Paradise City, um acordo entre o Paradise Group sul-coreano e o japonês Sega Sammy Group. Não deixa de ser curioso verificar que, na Coreia do Sul, empresas como a LVS, MGM ou Wynn Resorts não apresentaram candidaturas por considerarem que não era um investimento seguro. Os observadores consideram difícil que este investimento consiga atingir receitas próximas das que, por exemplo, Macau consegue. Foi por terem começado mais cedo que Macau e Singapura se colocaram na linha da frente para atraírem jogadores asiáticos. O Japão, se as condições legais avançaram de forma célere, só poderia abrir os seus casinos em 2021.

 

China/Lusofonia: comércio cresce

 

O comércio entre a China e os países de língua portuguesa atingiu 23,97 mil milhões de dólares no primeiro trimestre de 2017, um aumento de 43,33% relativamente aos 16,72 mil milhões de dólares registados no período homólogo de 2016. Nos primeiros três meses do ano, a China exportou para os oito países de língua portuguesa bens no montante de 7,07 mil milhões de dólares (+21,09%) e importou mercadorias no valor de 16,89 mil milhões de dólares (+55,27%). Com o Brasil, o maior parceiro comercial da China em termos mundiais, as trocas ascenderam a 16,77 mil milhões de dólares (+44,61%). Com Portugal, houve trocas comerciais com a China no valor de 1,16 mil milhões de dólares (-5,79%), com exportações chinesas no montante de 719 milhões de dólares (-23,51%) e importações que ascenderam a 445 milhões de dólares (+50,48%).

 

Donald Trump: o discurso de Riade

 

Considerando o Irão o principal responsável pela "exportação de terror" na região, Donald Trump pediu às nações muçulmanas para se libertarem dos extremistas, considerando que a luta contra o terrorismo é uma "batalha de civilizações". Disse que os muçulmanos são as principais vítimas dos ataques. "Esta região não deve ser de onde os refugiados fogem, mas onde as pessoas afluem". Depois de visitar a Arábia Saudita, Trump rumará a Israel.

 

Macau: encontro com lusofonia

Representantes dos países de língua portuguesa vão estar presentes no 8.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas, que se realiza em Macau a 1 e 2 de Junho. Participarão num Seminário que abordará a cooperação entre a China e esses países. Estarão presentes no encontro responsáveis do Banco Mundial, Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (AIIB), entre outros. 

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