Opinião
O horário de trabalho ideal
Desde 2014 que a Suíça é o país mais competitivo do mundo, segundo o Relatório do Fórum Económico Mundial. A sua média de horas de trabalho é de 30 horas semanais.
Uma tendência nos horários de trabalho é a redução do número de horas. Acontece em todo o mundo há décadas. Mas em termos de produtividade, de realização profissional e de bem-estar parece não se caminhar para um horário ideal de trabalho. Depende; depende da cultura e do país, da sua história, da profissão, da organização, da pessoa, etc.
Desde 2014 que a Suíça é o país mais competitivo do mundo, segundo o Relatório do Fórum Económico Mundial. A sua média de horas de trabalho é de 30 horas semanais. A Suíça é seguida pela Singapura, com uma média semanal de 40 horas, e pelos EUA, com uma média de 34 horas semanais. E há muitos outros países, com mais e menos horas de trabalho, tanto mais como menos competitivos.
Josh Davis, director do Neuro-Leadership Institute, dos EUA, no seu livro "Two Awesome Hours", refere que o cérebro funciona como um músculo e que treiná-lo implica necessariamente dar tempo para a sua recuperação. E quantas não são as pessoas com rotinas non-stop intensivas: trabalho, desporto, hobby, trabalho…
As pessoas que trabalham mais de 11 horas por dia têm 2,5 vezes mais probabilidades de sofrerem depressões do que as que trabalham sete a oito horas diárias. As pessoas com horários longos de trabalho têm 40% mais probabilidades de sofrer de doenças do coração - refira-se, a título comparativo, que fumar aumenta estas probabilidades, face a um não fumador, em 50%.
Concluindo: mais horas de trabalho não garantem maior produtividade, nem mais resultados, nem maior riqueza. E mesmo que tal fosse o caso, não seria desejável porque teria consequências na saúde.
Professor na Universidade Católica Portuguesa