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10 de Maio de 2013 às 11:35

Uma crença grisalha

Regressaram os exames da 4ª classe. Que saudades! Agora, só falta o escudo, e Angola voltar a ser nossa outra vez. Estou a exagerar. Angola nunca será nossa outra vez. Eu acho que o ministro Crato aderiu à moda do Cogumelo do Tempo.

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Regressaram os exames da 4ª classe. Que saudades! Agora, só falta o escudo, e Angola voltar a ser nossa outra vez. Estou a exagerar. Angola nunca será nossa outra vez. Eu acho que o ministro Crato aderiu à moda do Cogumelo do Tempo.


Este regresso ao passado teve, no entanto, algumas diferenças em relação aos anos sessenta. Desta vez, as crianças do 4º ano tiveram de assinar um documento ("o modelo 14") em que se comprometiam, por sua honra, a não usar telemóvel durante o exame. O meu sobrinho, o Vasquinho, é muito malandro, e assinou: "Jacinto Leite Capelo Rego". Vai longe, o miúdo.


Sinceramente, não é ser lamechas, mas não me sinto seguro num país onde crianças de nove anos têm de assinar documentos. Com este Governo, eu desconfio de tudo, é urgente ir verificar se os miúdos do 4º ano não terão assinado as rescisões amigáveis dos pais. Sou contra miúdos de nove anos a assinar documentos. É um mau ensinamento. Não nos podemos esquecer que foram pessoas sem maturidade para assinar documentos que nos trouxeram aqui. Se esta crise ensina alguma coisa é: nunca assinar nada.


A ideia de assinar um documento em que se afirma, por sua honra, não levar telemóvel para a sala, faz todo o sentido, mas no Conselho de Ministros. Estou convencido de que Paulo Portas escreve a capa do jornal "Sol", em SMS, com as mãos, por baixo da mesa, enquanto discute com o Gaspar.


Ainda só vi uma parte do exame mas, pelo que li nos jornais, foi muito fácil. Já desconfiava, porque vi o Duarte Marques, do PSD, a falar na Tvi24 sobre os exames do quarto ano e ele estava tão feliz que só podia ser porque lhe tinha corrido bem. O ministro Crato também ficou satisfeito com a experiência, apenas estranhou ainda não lhe terem feito chegar os dados das escolas no Ultramar.


Tive acesso ao primeiro texto do exame de português do 4º ano e tenho de destacar este brilhante momento literário: - "Vi imensas coisas", conta Estibaliz Berecibar - O texto era uma notícia do jornal "Público" sobre uma expedição às Berlengas, liderada pela bióloga Estibaliz Berecibar. É um texto centralista: é para miúdos que já foram seis vezes ao Oceanário. E é um texto estranho para um exame do 4º ano. Vejamos: - Então, Pedrinho. Correu bem? O texto era sobre quê? - "Correu bem, papá. Era sobre Estibaliz Berecibar." - Hum, hum…parabéns, Pedrinho. Ainda por cima, um texto sobre o Estilailiz…Berimb...o da ETA…


Segundo números fornecidos pelo Ministério da Educação, o exame nacional de português, realizado por 104.825 alunos do 4º ano, custou cerca de 600 mil euros. Ou seja, não há dinheiro para terapeutas da fala, terapia ocupacional, professores de ensino especial, etc, mas há 600 mil euros para o Crato brincar à eugenia. Não podemos estar tão mal como eles dizem.

 

 

 

 

Sugestão da semana

 

1. Manuela Ferreira Leite não poupa críticas ao Doc. de Estratégia Orçamental - Ao que o país chegou: a Manuela já é o polícia bom. Ó Manela, se o Governo suspendesse a democracia por seis meses, se calhar já dava. O Sócrates é um querido para o Governo se comparado com a Ferreira Leite. Bitch from hell - diz o Gaspar à troika.


2. PSD: "se o PP, ou a UGT, arranjassem uma alternativa melhor que esta, terrível, de taxar as pensões, era bom"…isto não devia ser trabalho do Governo?! - ai, é capaz de haver alternativas muito melhores que taxar pensões, mas nós agora não estamos para ter esse trabalho e apresentamos esta.


3. Papa Francisco visitará favela no Rio de Janeiro - Papa Bento XVI vai à frente para abrir caminho.


4. Governo admite deixar cair taxa sobre pensões - Governo está a tentar reduzir encargos com pensões recorrendo ao susto nos velhotes. Portas é o Pepe do Governo.

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