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Solvência II é fundamental para o futuro dos seguros

"O novo modelo de riscos e o novo paradigma são absolutamente cruciais" assinala Marta Alarcão Troni, CFO da Liberty Seguros. "Já vimos consequências de não ter este paradigma no passado, nomeadamente em 2008 com o início da crise financeira".

12 de Maio de 2016 às 12:19
Inês Lourenço
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"Era fundamental a alteração de regras" afirmou Pedro Seixas Vale, presidente da Associação Portuguesa de Seguradoras, na conferência "Os Seguros em Portugal" sublinhando que o regime de Solvência II tem muitas vantagens. O processo "é extraordinariamente positivo nos seus três seus principais aspectos ou pilares porque, tanto nos modelos de gestão como nos de governance e de informação, é mais exigente e adequado à sofisticação existente nos sistemas financeiros, económicos e sociais".

Este tema tal como a nova directiva da distribuição estiveram em destaque no painel "Actividade Seguradora - Uma perspectiva informada" em que estiveram presentes Alexandre Scarlet, CFO da Generali, Marta Alarcão Troni, CFO e administradora da Liberty Seguros, Luís Cervantes, presidente da Aprose e Pedro Seixas Vale.

O Solvência II obriga as seguradoras a actualizar modelos, a repensar seguros, os modelos de gestão de investimento, a saber como os riscos evoluem no tempo. Têm de fazer uma gestão mais rigorosa tendo em conta os modelos de risco e os ciclos económicos.

"O novo modelo de riscos e o novo paradigma são absolutamente cruciais" assinala Marta Alarcão Troni. "Já vimos consequências de não ter este paradigma no passado, nomeadamente em 2008 com o início da crise financeira" exemplificou. "Se nessa altura estivéssemos a funcionar em pleno em análises de risco saberíamos o que aconteceria às companhias de seguros com a falta liquidez nos mercados, a corrida aos resgates e o risco que houve de as seguradoras não conseguirem honrar os seus compromisso e pagar as apólices que tinham sido subscritas nomeadamente nos seguros de vida e nos acidentes de trabalho. São responsabilidades de longo prazo e temos de ter a certeza que estamos cá dentro de 50 anos para pagar o que se tiver de pagar porque assumimos esses risco".

Os mercados financeiros são fundamentais "desde logo na formação da base de capital de qualquer companhia de seguros" destacou Alexandre Scarlet. Como o Solvência II as empresas têm de ter uma atenção redobrada em relação ao capital disponível face aos riscos que estão dispostos a assumir. Por outro lado, obriga a que sejam profundamente conhecedores dos riscos. Como o risco de taxa de juro que tem um grande impacto do lado do capital requerido e obriga que nesta gestão de capital a ter em atenção.

Críticas a Solvência II

Este novo regime apresenta, segundo Pedro Seixas Vale, algumas dificuldades e representa desafios importantes. Uma das coisas que é associado a este processo é o facto de ser detalhado e é uma das críticas assumidas por Pedro Seixas Vale é que talvez "não fosse necessário tanto detalhe, tendo sido publicadas 3 mil páginas de Solvência II". As alterações e as exigências também trazem alguns custos adicionais às seguradoras. Mas como sublinha Pedro Seixas Vale são "sobretudos custos de implementação que com o tempo se diluem na gestão corrente das seguradoras".

As necessidades de capitais tem a ver com uma situação que não é referida. A redistribuição de resultados e de valor dentro das companhias de seguros vai ser diferente com um desequilíbrio a favor do lado do capital. "Ao ter mais capital é preciso ter mais resultados alocados ao capital para que o investimento se considere razoável".

Quem foram os protagonistas O painel "Actividade Seguradora - Uma perspectiva informada" teve moderação de Raul Vaz, director do Negócios e contou com a presença de Alexandre Scarlet, CFO da Generali, Marta Alarcão Troni, CFO e administradora da  Liberty Seguros, Luís Cervantes, presidente da Aprose e Pedro Seixas Vale, presidente da da Associação Portuguesa de Seguradoras.


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