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Os campeões da exportação e da internacionalização

As cerca de 160 empresas premiadas ao longo das 9 edições mostram um melhor desempenho, aumentaram o volume de negócios, as exportações, o emprego, e são muito mais solventes do que o restante tecido empresarial português.

26 de Novembro de 2019 às 13:00
André Veríssimo, diretor do Negócios, sublinhou a importância da inovação para “aportar valor e competitividade” às empresas. Nuno Fonseca
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"É a distinção dos campeões da exportação e da internacionalização", como referiu André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios, e pretende ser incentivo para que mais "empresas trilhem este caminho e que o espírito empreendedor, exportador e de internacionalização dos negócios se afirme ainda mais na economia portuguesa".

A excelência desta "elite de empresas", como lhe chama Alberto Castro, fica evidenciada quando se comparam as cerca de 160 empresas premiadas ao longo das 9 edições, com as restantes empresas portuguesas. "Mostram um melhor desempenho, cresceram mais no volume de negócios, nas exportações, no emprego, e são empresas muito mais solventes do que o restante tecido empresarial português, referiu Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco

Um dos objetivos dos prémios é "reconhecer a audácia e a determinação de empresários e gestores de todo o país que arriscaram desbravar novos mercados contribuindo para o crescimento e a sustentabilidade dos seus negócios e contribuem para o crescimento e robustecimento da economia portuguesa e para a criação de emprego", salientou André Veríssimo.

Elite de empresas

Alberto Castro considerou que há "uma elite de empresas que se tem vindo a afirmar e isso é muito importante do ponto de vista de puxar pela economia portuguesa. São empresas que têm cada vez mais envolvimento internacional, sobretudo através da exportação, e, quando há mais músculo, pela internacionalização".

Os empresários portugueses são muito devotos de São Tomé, ver para crer é o primeiro passo muito importante. Alberto Castro
Professor universitário e júri dos prémios 

Estas empresas poderiam ser escolas de negócios, e servir de exemplo para os restantes empresários que, como diz Alberto Castro, "estes são muitas vezes muito céticos, e são muito devotos de São Tomé, ver para crer é o primeiro passo muito importante". Mas, além de partilhar conhecimento, esta elite poderia "ser a alavancagem de novas empresas no espaço da internacionalização, onde as dificuldades são muito maiores porque envolveu um maior investimento e mais risco, ou da exportação".

Vítor Fernandes sublinhou que Portugal "fez um percurso assinalável no crescimento das suas exportações", e, em dez anos, o seu peso no PIB passou de 28% para quase 44%, com o turismo a ter um papel relevante, mas também o automóvel, a metalomecânica ou o agroalimentar.

O défice comercial

Mas não há bela sem senão. "A base de empresas exportadoras continua a ser reduzida e muito pequeno o número de empresas que exporta para mais do que um país", que muitas vezes é apenas um cliente. Portugal precisa ainda de aumentar o valor acrescentado das exportações. Uma análise do Banco de Portugal mostra que a indústria automóvel precisa de importar 70% do que exporta. A aposta na inovação é importante "para aportar valor e competitividade", sublinha André Veríssimo.

Além disso, o saldo da balança comercial de bens tem vindo a agravar-se com as importações a crescerem "mais depressa dos que as exportações, e, entre janeiro e agosto de 2019, o saldo foi negativo em 3,8 mil milhões de euros, o que significa um agravamento de perto de 26% face ao mesmo período de 2018", alertou André Veríssimo. Mesmo com o excedente que existe na balança de serviços, Portugal deve chegar ao fim do ano com um défice comercial, "o que não acontecia há sete anos".

Hoje os desafios são grandes, "com a procura a fraquejar devido aos conflitos comerciais, a instabilidade geopolítica que existe em várias partes do mundo, mas a diversificação de mercados será uma opção vantajosa para as empresas", disse André Veríssimo. Gonçalo Lobo Xavier, membro do júri, asseverou que com "esta envolvente macroeconómica é difícil ter empresas consistentes, com aumentos continuados do seu volume de exportação, e muitas vezes os seus mercados".

O júri e a cerimónia

Na 9.ª edição Prémios Exportação & Internacionalização, os membros do júri foram Alberto Castro, professor da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica do Porto, Filipe de Botton, presidente do Conselho Diáspora Portuguesa e Gonçalo Lobo Xavier, membro do Comité Económico e Social Europeu e diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.

Os prémios são uma organização do Jornal de Negócios com o Novo Banco em parceria com a Iberinform Portugal e distinguem as empresas com melhor performance exportadora e premeiam os casos de sucesso na internacionalização. A cerimónia de entrega de prémios, onde foram conhecidas 16 empresas vencedoras, decorreu no passado dia 28 de Outubro, no Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel. 

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