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Três velhos gigantes sustentam as exportações de Vila Nova de Gaia

Não são obviamente os únicos, mas três empresas de Gaia, uma delas centenária, são as principais fontes de receitas vindas das vendas ao exterior realizadas por empresas do município.

20 de Outubro de 2015 às 00:01
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Por vezes, é necessário uma nova empresa dar o exemplo na internacionalização de determinado sector. Não é assim em Vila Nova de Gaia, onde três empresas – todas elas com mais de 40 anos de existência – representam, sozinhas, quase um terço das exportações do concelho e dominam o top 10 das empresas mais exportadoras.

Falamos da BA Vidro, Cabelte e da Sogrape. Três empresas  industriais com uma história que recua 103, 44 e 72 anos, respectivamente. A BA Vidro é a mais velha. Está próxima de celebrar o centenário e é a maior empresa de Gaia, com um volume de negócio (não consolidado) de 308 milhões de euros em 2013, mostram os dados do Informa DB. As outras duas têm pesos inferiores, mas ainda substanciais: 217 e 140 milhões de euros.

As três empresas juntas empregam quase dois mil trabalhadores e representavam quase 31% das exportações do município. A BA Vidro e a Sogrape apresentam também excedentes comerciais.

E o que se está observar na totalidade de Gaia? Desde 2005, a venda de bens ao exterior tem seguido uma tendência de crescimento. Ao mesmo tempo, as importações registaram um recuo, do qual entretanto já estão a recuperar. O resultado é que, de um défice comercial, Gaia passou para um excedente de 173 milhões de euros. Isto é, exporta mais do que importa.

O principal contributo para este excedente vem das indústrias alimentares, que são o ramo que mais exporta, com influência da Sogrape, mas também de outras empresas vinícolas, como a Symington. Do lado das importações, o destaque vai para os metais comuns.

Em comparação com o total nacional, o volume de negócio das empresas de Gaia cresceu em 2013 (estagnou na média nacional), mas as exportações estão a avançar a um ritmo mais lento que o País (4,1% vs. 7%) e a perda de postos de trabalho era mais substancial (-1,7% vs.
-1,2%).
FORÇAS
Solidez económica Vila Nova de Gaia tem um tecido empresarial e social robusto e diversificado.

Dimensão territorial É uma cidade grande em território (quatro vezes e meia a área do Porto) e demografia.

Localização e lazer Bons acessos rodo-ferroviários e próxima do (aero)porto, e uma zona ribeirinha aprazível.

FRAQUEZAS
Finanças municipais O segundo município mais endividado do País não tem capacidade financeira para fazer investimentos críticos.

Desarticulação Disfunções ao nível das infra-estruturas e dos serviços.

Desemprego Fenómeno de desemprego (um dos concelhos com maior taxa) e exclusão social.


AMEAÇAS
Herança camarária Os processos judiciais legados pela anterior gestão vão fazer estragos nos cofres municipais.

Ausência central Gaia deverá continuar a sofrer com a redução do investimento do Estado central.

Fundos europeus Enquadramento normativo das autarquias pode limitar o acesso ao Portugal 2020.


OPORTUNIDADES
Atracção de investimento A Câmara de Gaia tem em análise cerca de 100 milhões de euros de investimentos empresariais.

Portugal 2020 A autarquia quer candidatar projectos no valor de 240 milhões aos fundos europeus.

Turismo Verifica-se um grande fluxo turístico na região, com particular incidência no vizinho Porto.
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