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Cotesi: "Este ano já criámos mais 118 postos de trabalho"

Entrevista a Pedro Violas, 49 anos, que representa a terceira geração da família à frente da Cotesi, onde assumiu o cargo de CEO, em Maio de 2003, para revolucionar o modelo de negócio de uma líder mundial.

20 de Outubro de 2015 às 08:00
Paulo Duarte
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Benfiquista até aos 18 anos, converteu-se num ferrenho portista após ter assistido, ao vivo, em Viena, à primeira "Champions" ganha pelo FC Porto. Pedro Violas, 49 anos, representa a terceira geração da família à frente da empresa, onde assumiu o cargo de CEO, em Maio de 2003, para revolucionar o modelo de negócio de uma líder mundial.

Depois de uma fase intensa de aquisições, entre 2003 e 2011, o crescimento da Cotesi tem sido exclusivamente orgânico? Têm estudado oportunidades? Não equacionam voltar às compras?

Surgem sempre, mas achamos que não têm sido oportunidades que a Cotesi deva concretizar. Fomos às compras e agora chegou a altura de consolidar o que foi comprado, o que não quer dizer que não haja um novo período de aquisição. Neste momento estamos mais preocupados em obter resultados e em reduzir a dívida (de 76 milhões de euros), para que, um dia mais tarde, possamos estar numa situação de fazer novamente aquisições sem provocar constrangimentos financeiros.

Em 2013, afirmou que iriam aprender a falar russo e polaco. Como está a correr o negócio no Leste europeu?

Uma parte do objectivo concretizou-se, o de exportar para esses mercados – têm bastante potencial. Não é por acaso que a Polónia é o segundo maior produtor agrícola europeu, a seguir a França, mas o valor acrescentado que nos traz uma presença no mercado polaco é reduzido, porque os preços são muito competitivos. Há lá produtores que dominam esses mercados. Para aí ter uma presença de domínio, a Cotesi teria de o fazer através de uma aquisição. Na altura, estávamos a estudar a hipótese de uma aquisição na Polónia, que não se concretizou.

Estamos mais preocupados em obter resultados e reduzir a dívida de 76 milhões de euros.

Depreendo então que a grande aposta vai continuar a ser os vossos mercados tradicionais...

Sim. Continuamos a acreditar que onde temos maior potencial de crescimento e mais valor acrescentado é no mercado norte-americano e na Europa Ocidental, mas preferencialmente no primeiro.

A deslocalização da Cotesi não é uma possibilidade?

Não. Absolutamente. Defendemos esse interesse próprio e, por consequência, o interesse nacional na criação de emprego.

A Cotesi continua a criar postos de trabalho em Portugal?

Em 2015, em relação à média do ano passado, criámos mais 118 postos de trabalho, passando de 533 trabalhadores para 651.

No Cotesi, o ditado popular que diz que "a primeira geração constrói, a segunda mantém e a terceira destrói" é um mito? 

Até à data, é um mito. Isto é como no futebol: todos os anos temos de ganhar o campeonato. Tenho a ambição de continuar a liderar a Cotesi. Desde que a saúde e os resultados me permitam. E a vontade dos accionistas...

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