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Vítor Constâncio: Taxa de depósitos negativa só numa "situação extrema"

A possibilidade de o Banco Central Europeu passar a taxa de juro dos depósitos para terreno negativo, possivelmente para -0,1%, está em cima da mesa e foi já admitida por um membro do BCE. No entanto, o vice-presidente da instituição veio hoje garantir que essa medida só será colocada em prática "numa situação extrema".

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"Não estamos perto de uma tomar essa decisão. É algo totalmente novo, e sem precedentes na Zona Euro. Assim, qualquer decisão terá que ser tomada com muita cautela e apenas numa situação extrema", afirmou Vítor Constâncio numa entrevista concedida esta quarta-feira, e citada pela agência Bloomberg. 

 

A declaração de Vítor Constâncio é feita uma semana após a Bloomberg ter noticiado que o Banco Central Europeu está a equacionar a descida da taxa de depósitos para terreno negativo, possivelmente para -0,1% (esta taxa está actualmente nos 0%).

 

Na prática, esta medida significa que o banco central passará a cobrar aos bancos quando estes lá "estacionam" liquidez. A confirmar-se, seria uma medida inédita e controversa, mas que poderia ajudar a estimular o crédito interbancário e à economia.

 

A possibilidade de o banco baixar a taxa de depósitos para terreno negativo foi admitida na passada sexta-feira, 22 de Novembro, pelo presidente do Banco Central da Estónia.

 

"As opções sobre as taxas de juro ainda não estão completamente esgotadas e há muitas outras medidas que ainda estão em cima da mesa", afirmou Ardo Hansson numa entrevista à Bloomberg, acrescentando que o kit de medidas existente pode ser usado a qualquer momento.

 

"Estamos tecnicamente preparados" para reduzir a taxa de juro dos depósitos, garantiu o responsável.

 

Apesar de este tema ter sido debatido, as fontes contactadas pela agência Bloomberg indicam que ainda não existe consenso para avançar com esta medida.

 

As "consequências indesejáveis" citadas por alguns observadores são a possível erosão da rendibilidade dos bancos, o que pode penalizar a sua capacidade de emprestar à economia. Alguns chegam mesmo a considerar que isto seria um "imposto" sobre a banca.

 

Por outro lado, outros especialistas consideram que esta pode ser uma arma importante para combater o risco de deflação na Zona Euro.

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