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Valor aplicado em depósitos complexos disparou 77%

Com os juros das aplicações tradicionais em queda, as famílias aumentaram a aposta nos depósitos de "tudo ou nada". Estes produtos complexos já representam 6,3% do total confiado pelos pequenos investidores à banca.

Sara Matos/Negócios
08 de Julho de 2015 às 18:02
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A forte queda das taxas no mercado, em resultado da política monetária expansionista adoptada pelo Banco Central Europeu (BCE), fez afundar os juros oferecidos pelos bancos nas tradicionais aplicações a prazo. Mais de metade dos depósitos passaram, no ano passado, a dar menos de 1%, o que "empurrou" muitas famílias para produtos como os depósitos complexos. O valor aplicado nestes depósitos de "tudo ou nada" disparou. Aumentou em 77% face ao ano anterior, diz o Banco de Portugal.

 

No Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho refere ao ano passado, apresentado esta quarta-feira, o regulador do sector revela que em 2014, 59% depósitos apresentados pelos bancos apresentavam uma remuneração inferior a 1% (contra os 40% em 2013), situação que se tem acentuado este ano, com o aprofundar das quedas das taxas no mercado. E apenas 7% do total de depósitos em comercialização tinham uma remuneração superior a 2% em 2014. Era de 30% em 2013.

 

Esta descida acentuada da remuneração naquele que é produto de poupança preferido das famílias portuguesas levou à procura por alternativas. E os bancos reforçaram a aposta noutras soluções de capital garantido. Uma delas passou pelo reforço na oferta de depósitos complexos, aplicações em que a remuneração desse depósito está dependente do comportamento de outros activos, habitualmente acções ou cabazes de acções. Em 2014 foram comercializados mais 65 destes depósitos face a 2013.

 

A maior oferta por parte da banca levou a uma maior procura por estas aplicações por parte das famílias portuguesas. Segundo o Banco de Portugal, o montante aplicado em depósitos indexados e duais era de 7,228 mil milhões de euros no final do ano passado, o que representa um aumento de 77% face aos 4,080 mil milhões registados no final de 2013. Os novos montantes aplicados em 2014 ascenderam a 4,460 mil milhões de euros, mais 80% do que em 2013.

 

Com esta maior aposta, o peso destas aplicações no total de depósitos registou um crescimento expressivo. De acordo com a informação apresentada no Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho, estes depósitos complexos representavam 6,3% do montante total de depósitos a prazo no final de 2014. Um ano antes, em 2013, o peso ascendia a 3,5% do valor total aplicado pelas famílias junto dos bancos a operar no mercado nacional.

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