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Financeiras já pesam 46% no crédito ao consumo
A concessão de crédito ao consumo aumentou, no ano passado. E, neste período, as instituições especializadas, conhecidas como financeiras, reforçaram o seu peso em detrimento dos bancos.
As instituições com actividade especializada no crédito aos consumidores viram o seu peso aumentar de 40,7% em 2013 para 45,8% em 2014, refere o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho, publicado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal. Este crescimento verificou-se às custas das instituições com actividade universal, os bancos, que viram a sua representatividade cair.
Tal como aconteceu no crédito à habitação, no ano passado, o crédito ao consumo também aumentou. As instituições financeiras concederam 4,128 mil milhões de euros, mais 11% do que um ano antes. Foram celebrados 104.072 contratos, ligeiramente menos do que os 104.271 assinados no ano anterior.
O crescimento ficou a dever-se sobretudo ao crédito automóvel, que aumentou 32,2% para 1,292 mil milhões de euros, e do crédito pessoal, onde se verificou uma expansão de 10,7% para 1,89 mil milhões de euros.
No crédito "revolving", relativo aos cartões de crédito, assistiu-se no ano passado a uma quebra de 7,8% para 946 milhões de euros.
"A descida do custo do crédito foi generalizada", refere o comunicado do Banco de Portugal. "No crédito ‘revolving’ foi mais acentuada, tendo a taxa anual de encargos efectiva global (TAEG) média diminuído cerca de três pontos percentuais [para 19,8%], face ao final de 2013", acrescenta a mesma fonte. No crédito pessoal e automóvel, a descida foi de 0,9 e 0,6 pontos percentuais para 12,6% e 9,9%, respectivamente.