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Juros portugueses registam a maior subida desde a crise política

As taxas de juro implícitas das obrigações portuguesas regressaram aos ganhos esta sexta-feira, com subidas na ordem dos 20 pontos base. São os maiores ganhos desde Julho, período marcado pela crise política em Portugal.

30 de Agosto de 2013 às 09:14
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A “yield” das obrigações a dois anos sobe 17,9 pontos base para 5,018%, a taxa implícita nas obrigações a cinco anos está a subir 28,8 pontos base para 6,499%. Estas subidas são as mais pronunciadas desde 12 de Julho, altura marcada pela crise política, despoletada pelo pedido de demissão de Paulo Portas. No prazo a 10 anos a subida é de 15 pontos para 6,725%.

 

No dia 1 de Julho, Vítor Gaspar apresentou a sua demissão. Um dia depois Paulo Portas, em discordância com Passos Coelho sobre a substituta de Gaspar, Maria Luís Albuquerque, apresentou o pedido de demissão. O primeiro-ministro não aceitou e comprometeu-se, perante o país e o Presidente da República, a encontrar uma solução governativa. Na semana seguinte, depois de ouvir vários intervenientes políticos e sociais, Cavaco Silva pediu um acordo político amplo. No final dessa semana, a 12 de Julho, decorreu o debate do Estado da Nação, com a imprensa estrangeira a cobrir o evento com maior interesse devido à crise política que vigorava.

 

António José Seguro, durante uma das intervenções, fez declarações que fizeram eco na imprensa estrangeira. "Oposição quer uma renegociação do programa de ajuda" era o título de uma notícia da Reuters, que mostrava a preocupação com a situação nacional. Nesse dia as taxas de juro implícitas nas obrigações nacionais dispararam.

 

Esta sexta-feira, a subida das “yields” nacionais estará relacionada com o chumbo do Tribunal Constitucional do diploma da requalificação da Função Pública. Os juízes do Tribunal Constitucional consideram que a lei viola a garantia da segurança do emprego, o princípio da proporcionalidade e o princípio da tutela da confiança. Uma decisão que trava os despedimentos na Função Pública e que deixam em aberto o que poderá acontecer e o que o Governo poderá fazer para contornar esta situação.

 

A subida acentuada das “yields” no mercado nacional não está a ser partilhada pelos restantes países. Em Espanha e Itália verificam-se subidas ligeiras, enquanto na Alemanha e França a tendência é de queda.

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