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Juros da dívida portuguesa recuam para novo mínimo histórico

O optimismo dos investidores com a possibilidade de a Grécia e os parceiros europeus chegarem a acordo no Eurogrupo agendado para segunda-feira está a fazer descer os juros da dívida soberana europeia. A "yield" das OT atingiu novo mínimo nos 2,3%, menos de metade do nível registado há um ano.  

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Os juros da dívida pública portuguesa a 10 anos fixaram um novo mínimo histórico esta sexta-feira, numa sessão que está a ser marcada por alívio das "yields" das obrigações soberanas um pouco por toda a Europa, devido à evolução das negociações entre a Grécia e os parceiros europeus.

 

De acordo com as taxas genéricas da Bloomberg, a "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos está a descer 13 pontos base para 2,34%, tendo já esta manhã tocado nos 2,307%, o que se situa abaixo do anterior mínimo histórico (fixado a 23 de Janeiro nos 2,326%). O "spread" face à dívida alemã (que mede o prémio de risco que os investidores estão disponíveis para pagar ao investirem em dívida portuguesa em detrimento das "bunds") voltou ligeiramente abaixo dos 200 pontos.

 

O anterior mínimo tinha sido fixado ainda antes das eleições na Grécia, que resultaram na vitória do Syriza e a formação de um novo Governo no país mais endividado da Zona Euro. O novo mínimo fixado esta sexta-feira volta a ter a Grécia como justificação.

 

Os juros das obrigações soberanas europeias estão a recuar numa série de países do euro, uma vez que crescem as expectativas de que será possível selar um acordo no Eurogrupo de segunda-feira sobre a extensão do programa de ajuda à Grécia.

 

Alexis Tsipras avançou esta quinta-feira que o seu Executivo procura alcançar um acordo de transição de seis meses com os credores para poder negociar um "novo acordo" com os credores internacionais. Segundo Tsipras, "existe vontade política" na Zona Euro para que isso aconteça.

 

Além disso, o primeiro-ministro grego e o líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, acordaram o início, já esta sexta-feira, de conversações "ao nível técnico" entre os parceiros da troika e as autoridades gregas, para que depois seja possível atingir um acordo político no início da próxima semana.

 

"As conversações parecem ter ficado mais amigáveis", comentou à Bloomberg Peter Schaffrik, analista do Royal Bank of Canada, salientando também dos dados positivos da economia europeia, que foram revelados pelo Eurostat (o PIB da Zona Euro cresceu 0,3% no quarto trimestre, quando os economistas apontavam para 0,2%).

 

A Bloomberg noticia esta sexta-feira, citando fontes oficiais do governo alemão, que a Alemanha não vai insistir que a Grécia cumpra todas as medidas que estão inseridas no actual programa de ajustamento, que termina no final deste mês.

 

Juros da Grécia nos 9%

 

Os juros da dívida grega a 10 anos descem 96 pontos base para 9,06%, afastando-se já de forma mais expressiva da barreira dos 10%. Em Itália a "yield" dos títulos com a mesma maturidade recua 6 pontos base para 1,59% e em Espanha a queda é de 9 pontos base para 1,53%.

 

Na dívida portuguesa a queda está a ser sentida em todas as maturidades, com a "yield" dos títulos a 5 anos a recuar 8 pontos base para 1,36% e dos títulos a dois anos a descer 3 pontos base para 0,244%.

 

A justificação para a descida de hoje é a Grécia, mas tem sido sobretudo a acção do Banco Central Europeu a justificar a diminuição da percepção de risco dos investidores na dívida periférica do euro.

 

Só em Fevereiro de 2014 os juros da dívida pública portuguesa baixaram da fasquia dos 5%, sendo que menos de um ano depois a "yield" dos títulos está a menos de metade. A descida mais recente nos juros da dívida portuguesa foi motivada pela decisão do BCE em avançar com um programa de compra de dívida soberana, que arranca já no próximo mês de Março.

 

A diminuição da percepção de risco que os investidores atribuem a Portugal está também espelhada no resultado da emissão de dívida a 10 anos que o IGCP concluiu esta quarta-feira, tendo colocado os títulos com a "yield" mais baixa de sempre (2,3%).

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