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Juros da dívida portuguesa continuam a cair

Embora a um ritmo mais lento, as quedas das taxas de juro associadas à dívida nacional continuam no mercado secundário. Isto um dia antes de Portugal emitir dívida a curto prazo no mercado primário.

14 de Janeiro de 2014 às 14:21
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A tendência de queda dos juros continua a ser uma realidade no mercado de dívida nacional. Os investidores pedem custos menos elevados quando estão interessados em negociar títulos de dívida portuguesa.

 

Nos primeiros dias de 2014, a diminuição das taxas de juro associada à dívida portuguesa foi intensa. Nas últimas sessões, o desempenho continua a ser de alívio, embora com descidas menos intensas.

 

A taxa de juro implícita aos títulos de dívida a dez anos, o prazo que serve de referência, está, esta terça-feira, a recuar 4 pontos base para se fixar nos 5,28%, de acordo com as taxas genéricas da Bloomberg. A "yield" tem estado a negociar em valores que não eram registados desde Junho do ano passado. Mantendo-se a tendência de queda, poderão ser alcançadas as taxas que eram praticadas no final de 2010, ainda antes do pedido de resgate.


Com este alívio das taxas de juro, que reflecte a subida do preço das obrigações, a dívida portuguesa tem vindo a diminuir a distância face às taxas de juro da Alemanha. Essa diferença representa o risco da dívida nacional, o que quer dizer que o risco da dívida portuguesa tem vindo a regredir e está, neste momento, em mínimos de praticamente três anos.

 

As descidas das taxas de juro implícitas acontecem em todos os prazos no mercado secundário, onde os investidores trocam dívida entre si. A dois anos, a taxa perde 1,1 pontos base para 2% enquanto, a cinco anos, a “yield” segue nos 3,9% ao ceder 2,9 pontos base.

 

Recuos no mercado secundário antes da ida ao primário

 

Na segunda-feira, João Moreira Rato, presidente do IGCP, organismo que gere a dívida pública portuguesa, afirmou, em entrevista ao “Financial Times”, que acredita que há espaço para que a queda das taxas de juro se mantenha.

 

Já esta terça-feira, o Commerzbank escreve, numa nota enviada aos investidores, que Portugal “é a maior surpresa positiva na periferia” da Zona Euro. O banco alemão considera que o país não precisará de um segundo resgate, elogiando as perspectivas económicas nacionais. O actual programa de resgate tem data marcada para 17 de Maio e começa a ser falado de que forma tal irá acontecer: se de uma forma "limpa", sem qualquer ajuda (como optou a Irlanda), se através de um programa cautelar (uma linha de crédito a utilizar em situações de dificuldade no acesso aos mercados), ou se por um segundo resgate (algo que é rejeitado por grande parte dos agentes do mercado).

 

É neste sentimento positivo que Portugal vai amanhã, quarta-feira, ao mercado de dívida primário – em que os investidores, em vez de trocarem dívida entre si, a adquirem a quem a emite, neste caso, ao Estado português.


O IGCP, organismo português que gere a dívida nacional, pretende arrecadar entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros com dois leilões de títulos com três e 12 meses de maturidade.

 

Portugal tem conseguido beneficiar da melhoria do sentimento em relação à Zona Euro, já que grande parte dos países periféricos tem vindo a registar uma quebra das rendibilidades exigidas pelos investidores. Embora hoje o comportamento seja misto (com quedas e subidas), tanto Espanha como Itália, Irlanda e até a Grécia têm vindo a sentir um alívio no mercado secundário.

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