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Financiamento à economia volta a diminuir em Novembro
O valor total de empréstimos concedido pela banca às empresas e famílias em Portugal voltar a diminuir, em Novembro, para um total inferior a cinco mil milhões de euros.
No total, os bancos emprestaram 4,6 mil milhões de euros, menos 13,38%, ou 719 milhões, quando comparado com o mês anterior, de acordo com os dados provisórios divulgados esta terça-feira, 7 de Dezembro, pelo Banco de Portugal. Já quando comparado com o mesmo mês do ano anterior, os novos empréstimos à economia cresceram 6,47%, ou 283 milhões de euros.
A justificar este comportamento esteve a quer o sector empresarial quer os particulares. Assim, no total, os bancos financiaram em 4,1 mil milhões de euros as empresas, menos 14% do que em Outubro, mas mais 6% do que em 2012. Neste segmento, a maior fatia foi direccionada para as grandes empresas, já que os empréstimos superiores a um milhão de euros representaram mais de 60% do total. Foram 2,5 mil milhões destinados para empréstimos acima de um milhão de euros, enquanto os restantes 1,6 mil milhões foram canalizados para financiamentos inferiores àquele montante.
Já no que respeita às famílias, verificou-se uma queda de 6,86% em termos mensais, ou seja, 42 milhões de euros, mas um acréscimo em termos homólogos de 8,37%, ou 44 milhões. No total, os bancos financiaram as famílias em 570 milhões de euros.
Os empréstimos ao consumo continuam a representar a maior fatia dos financiamentos a particulares (201 milhões de euros). Já do lado oposto está a compra de casa, que absorveu 177 milhões de euros, o que ainda assim é um valor 10,6% superior ao financiado em Novembro de 2012. Já quando comparado com Outubro, os empréstimos para a compra de casa diminuíram 7,8%. Os financiamentos a particulares para outros fins, que inclui educação, energia e empresários por conta própria, desceram, em termos mensais, 14,6% para 192 milhões de euros.
Os bancos chegaram, em 2007/2008 a financiar, por mês, mais de oito mil milhões de euros a economia portuguesa. A compra de casa chegou a absorver mais de 1,5 mil milhões de euros, mensais.
A travagem brusca na concessão de crédito aconteceu depois de, em 2008, o Lehman Brothers ter falido, o que provocou uma crise de crédito à escala mundial. Os bancos receavam que ocorressem novos casos e restringiram os empréstimos entre si.
Com maiores dificuldades de financiamento, a banca começou a reflectir no mercado nacional este contexto. O que foi ainda mais vincado depois de Portugal pedir ajuda financeira internacional. A banca portuguesa deixou de se conseguir financiar regularmente no mercado e deixou de ter capacidade de financiamento da economia.