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Crédito malparado volta a subir para máximos históricos
O crédito malparado voltou a aumentar, em Novembro, atingindo novos máximos históricos, quer entre as famílias quer empresas. No total, por cada 100 euros de empréstimos os bancos têm 7,64 euros em cobranças duvidosas.
Os bancos terminaram Novembro com 17,46 mil milhões de euros em cobranças duvidosas, o que corresponde a 7,64% do total dos empréstimos concedidos à economia (228,57 mil milhões de euros), de acordo com os dados provisórios divulgados esta terça-feira, 7 de Janeiro, pelo Banco de Portugal.
A contribuir para esta evolução estiveram essencialmente dois factores. Alguns segmentos verificaram efectivamente um aumento do malparado, mas houve casos em que a redução do total dos empréstimos foi superior à queda dos incobráveis, o que se traduziu num aumento do peso das cobranças duvidosas.
No caso das empresas, o peso do malparado cresceu para 12,27%, o que representa um novo máximo histórico e resulta de um aumento efectivo do montante total dos incobráveis em conjunto com uma redução do valor total dos empréstimos concedidos.
Já entre as famílias o comportamento não foi linear. No total, o peso do malparado entre os particulares até estabilizou nos 4,04%, um comportamento que é justificado pela redução das cobranças duvidosas no segmento do consumo e pelo aumento nos segmentos de habitação e outros fins, onde se inclui educação, energia e empresários por conta própria.
Assim, nos empréstimos à habitação verificou-se um aumento do malparado para 2,28% do total dos financiamentos, num mês marcado pelo crescimento do valor considerado incobrável. Nos outros fins, registou-se um aumento para 13,03%, superando pela primeira vez a fasquia dos 13%. Neste caso, o aumento do malparado esteve relacionado com a redução do valor total dos empréstimos concedidos, já que o valor total do malparado também diminuiu. Ou seja, os clientes fizeram maiores amortizações nos financiamentos do que reduziram as cobranças duvidosas.
No crédito ao consumo verificou-se mesmo uma redução do malparado para 11,86%, voltando assim a uma fasquia inferior aos 12%. E neste caso também se verificou uma descida efectiva do montante dos incobráveis.