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Draghi acentua queda dos juros da dívida portuguesa
A tendência de alívio estende-se aos restantes países europeus, em reacção à decisão do BCE de cortar a taxa de juro de referência para um novo mínimo, que apanhou o mercado de surpresa.
Os juros da dívida pública portuguesa seguiam em queda ligeira esta manhã, a acompanhar a tendência dos restantes países periféricos. No entanto, logo que foi anunciada a decisão do BCE de cortar a taxa de juro para um novo mínimo histórico, as quedas acentuaram-se fortemente em todos os prazos.
Os juros associados à dívida portuguesa a dois anos caem 9,1 pontos base para 0,716%, enquanto a cinco anos, o alívio é de 9,4 pontos base para 1,946%. Já a "yield" associada à dívida a dez anos, o prazo de referência, desce 12 pontos base para 3,114%.
Nos restantes países europeus, o movimento foi semelhante. Os juros da dívida espanhola a dez anos seguem com uma queda de 11,1 pontos base para 2,159% enquanto a "yield" associada à dívida italiana, no mesmo prazo, descem 10,3 pontos base para 2,356%. O alívio, ainda que mais ligeiro, estende-se também à Alemanha, com os juros associados aos títulos a dez anos a cair 4,1 pontos base para 0,914%.
Esta descida generalizada aconteceu depois de o BCE anunciar uma redução da taxa de juro directora dos 0,15% para os 0,05%, uma decisão que surpreendeu o mercado, indo contra todas as expectativas dos analistas. Segundo uma estimativa da Bloomberg, apenas 6 de 57 economistas consultados esperavam uma redução.
O BCE também reduziu as taxas de juros de depósitos para um valor negativo -0,20%, com os bancos agora a pagarem para depositar nos cofres da instituição, uma decisão que vai no sentido de evitar que parqueiem o dinheiro em Frankfurt.
Embora o presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, já tivesse sinalizado a disponibilidade do BCE para ajudar a sua política, o mercado não esperava uma descida da taxa de juro desta dimensão.