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Mercados não ficam indiferentes ao discurso de Mario Draghi
A redução da taxa de juro da Zona Euro para 0,05% mexeu com a Europa e nenhum mercado parece ter ficado indiferente. As bolsas europeias "juntaram-se" para uma subida conjunta, o euro caiu para mínimos de Julho de 2013 face ao dólar e as taxas de juro das dívidas europeias acentuaram quedas.
Nada parece ter ficado indiferente à descida da taxa de juro directora da Zona Euro para o novo mínimo histórico de 0,05%, que foi esta quinta-feira anunciada pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. O italiano também defendeu que reformas estruturais, políticas de consolidação orçamentais e políticas monetárias podem, em conjunto, apoiar o crescimento.
As bolsas europeias reagiram de forma positiva e, a sua generalidade, sobe mais de 1%. Em sentido inverso, as taxas de juro das dívidas dos países da Zona Euro, bem como a moeda única europeia seguem em queda.
A decisão revelada por Draghi, já perto da hora de almoço, sobre a descida da taxa de juro de referência de 0,15% para 0,05% criou um efeito de arrastamento um pouco por toda a Europa, até porque se tratou de uma decisão inesperada para os mercados.
Antes, o Banco de Inglaterra também tinha anunciado a manutenção da taxa de juro de referência em 0,5%.
As bolsas europeias reagiram em alta com o Stoxx 600, que agrega as 600 maiores cotadas europeia, a apreciar mais de 1%. Entre as principais bolsas do Velho Continente, o destaque vai para a praça italiana que soma 1,93%, para o espanhol IBEX a crescer 1,59%, para a praça grega que soma 1,39% e para o índice francês CAC 40 que valoriza 1,32%. O PSI-20 continua a somar em torno de 1%.
No mercado cambial o euro reflectiu a surpresa do anúncio do presidente do BCE com uma queda pronunciada. A moeda única europeia caiu 0,78%, face à moeda norte-americana, para 1,3047 dólares, aquela que é a maior queda registada desde Outubro de 2013 para o valor mais baixo atingido pelo euro desde Julho de 2013.
O sentido descendente foi também a reacção registada pelas taxas de juro das dívidas europeias à decisão anunciada por Mario Draghi. Por toda a Europa registam-se quedas das "yields" estando as taxas de juro da dívida nacional a cair em todas as maturidades, no dia seguinte a Portugal ter emitido dívida sindicada a 15 anos, tendo o IGCP decidido financiar-se em 3.500 milhões de euros.
Mas a queda das taxas de juro é um sentimento que também se alastrou por toda a Europa em reacção à decisão do BCE. Se as taxas de juro vinham registando ao longo da manhã uma tendência de queda, a mesma acentuou-se após o anúncio de Mario Draghi. Espanha, por exemplo, que tinha colocado, esta manhã, dívida a 10 e a 30 anos com o juro mais baixo de sempre nestas maturidades, assiste à queda generalizada das "yields" pedidas no mercado secundário.
Itália, outro dos países periféricos, também assiste à queda generalizada, em todas as maturidades, das taxas de juro exigidas pelos investidores para a troca de dívida entre si.