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Procura por dívida de Portugal a 30 anos supera 3,6 vezes a oferta

O cupão ficou fixado nos 3,625%, um prémio de 115 pontos face à taxa "midswap" do euro. Após esta operação, já está executado 87% do plano de financiamento do IGCP para este ano. Com esta emissão está criado um novo "benchmark" a 30 anos na curva das "yields" da República.

A agência liderada por Miguel Martín não emite obrigações do Tesouro no mercado desde setembro.
D.R.
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Portugal colocou três mil milhões de euros em obrigações a 30 anos, através de uma emissão sindicada de dívida, reforçando assim a liquidez na curva das "yields" da República, nas maturidades mais longas e criando um novo "benchmark" a três décadas. 

A procura superou 3,6 vezes a oferta, apesar de o mercado das obrigações denominadas em euros "ser muito concorrido", salienta a Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública em comunicado. 

Ao todo, a procura cifrou-se em 10,9 mil milhões, incluindo uma participação conjunta de 950 milhões de euros dos "bookrunners", composta por 165 ordens.

Conforme já tinha sido adiantado pela Bloomberg, o cupão ficou fixado nos 3,625%, um prémio de 115 pontos face à taxa "midswap" do euro. Na abertura dos livros de ordens, o "guidance" apontava para um prémio de 118 pontos base face à taxa "midswap" do euro, o que indicava um juro de 3,71%.

As obrigações colocadas vencem a 12 de junho de 2054 e os "joint lead managers" foram o BBVA, BNP Paribas, Bank of America Securities, Deutsche Bank, Novo Banco e Santander.

Portugal não se financiava com esta maturidade desde fevereiro de 2021, quando avançou também com uma venda sindicada de dívida a 30 anos. Na altura, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP colocou 3 mil milhões de euros com um prémio de 85 pontos base, o que fixou o juro em 1,02%.
As condições de mercado alteraram-se, contudo, desde então com o Banco Central Europeu (BCE) a subir as taxas de referência, levando a um agravamento dos juros da dívida. 

As vendas sindicadas tendem a ser mais caras do que um leilão de obrigações, mas permite ao país colocar um montante mais elevado de uma só vez. Na abertura do ano, Portugal recorreu, como habitual, a este tipo de operação para emitir quatro mil milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos com um juro de 2,948%.

Após esta operação, o IGCP já executou 87% do programa de financiamento para este ano (em termos nominais 13,9 mil milhões de euros). No mercado secundários, os juros da dívida portuguesa a 30 anos (que vencem em 2052) terminaram o dia a agravar-se 1,4 pontos base para 3,561%.
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